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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Palavras raras: estraperlo

Nada mais certo do que afirmar que a língua está viva, ela é a maior manifestação cultural de um povo, pois registra todas as transformações e inovações da sociedade. Nosso léxico reflete nossa forma pensar e nossa forma de ver o mundo.

Hoje vamos conhecer a curiosa origem do termo espanhol estraperlo, um conceito que faz referência a uma situação contextual muito concreta. Este termo surgiu na Espanha, durante o período da segunda república, devido a um escândalo de corrupção relacionado a um jogo fraudulento.

O termo straperlo, surgiu da fusão do nome de seus dois inventores: Strauss e Perlo. Era um jogo de azar adulterado, semelhante a uma roleta. A bola e o cilindro dos números eram acionados através de um botão controlado por um mecanismo de relojoaria, que permitia que o banqueiro ganhasse sempre.

Entre maio e agosto de 1934, seus artífices tentaram introduzi-lo na Espanha e, para isso, precisaram resolver tramitações que deveriam autorizar seu uso legalmente, mas isso não ocorreu.
  
O jogo, proibido na Espanha de 1935, poderia ter sido introduzido graças á propina recebida por certas personalidades para que facilitassem seu estabelecimento.
O “escándalo del estraperlo” veio à luz em outubro de 1935, devido à denúncia apresentada por Daniel Strauss mediante a qual exigia uma “indenização” pelo prejuízo resultante da instalação do jogo e pelos subornos que ele afirmava ter pagado a políticos do Partido Republicano Radical. 

O escândalo envolveu o presidente do governo, Lerroux, que acabou sendo obrigado a renunciar.

A partir desse escândalo, a palavra estraperlo se tornou sinônimo de trapaça, tramoia ou negócio fraudulento. Assim, por extensão, o termo serviu para referir-se ao comércio ilegal (mercado negro), no período de pós-guerra civil, dos artigos controlados pelo Estado sujeitos a racionamento (decretado pelo regime de Franco de 1936 a 1952) e que tiveram seus preços superfaturados no comércio clandestino.

Atualmente o termo aparece registrado no dicionário da RAE, da seguinte forma.

Estraperlo

De Straperlo, nombre de una especie de ruleta fraudulenta que se intentó implantar en España en 1935, y este acrón. de D. Strauss y J. Perlowitz, sus creadores.

1. m. coloq. Comercio ilegal de artículos intervenidos por el Estado o sujetos atasa.
2. m. coloq. Conjunto de artículos que son objeto del estraperlo.
3. m. coloq. Chanchullo, intriga.

de estraperlo
1. loc. adj. Comprado o vendido en el estraperlo.
2. loc. adv. Dicho de comerciar: Ilegalmente, de manera clandestina.


Exemplo de uso atual:

Es el mismo aparato del Estado el que suministra el mercado negro, la candonga, como llaman aquí al estraperlo. No hay comerciantes, sino candongueiros, que cargan con generosidad en sus ventas el riesgo y el peligro de su actividad.”  Terres, J. Z. (9 de diciembre de 1984). Hambre, sequía y guerra en Mozambique. El país. Recuperado de http://elpais.com/diario/1984/12/09/internacional/471394806_850215.html


es.wikipedia.org
www.eumed.net
etmologias.dechile.net

quarta-feira, 15 de março de 2017

Palabra rara: «galimatías»

Parodia del lenguaje caballeresco que oscurecía el mensaje

¿Qué significa galimatías?

Galimatías es un término actualmente poco usado para referirse a un discurso o escrito que, debido a la confusión de las ideas, resulta muy embrollado. También se usa como sinónimo de lío, desorden, jaleo.

Originariamente, recibimos esta palabra de la lengua francesa, que a su vez la tomó del griego κατ Ματθαον (kata Mathaion), cuyo significado es «según Mateo».

De ahí no es difícil deducir que la expresión hace referencia a la forma de expresarse de un hombre llamado Mateo, pero ¿qué Mateo?

Mateo Levi fue uno de los doce apóstoles que acompañaron a Jesucristo, pero también es famoso su evangelio, donde describe de forma confusa la genealogía de modo que, si el lector pierde el hilo, puede liarse y no entender situaciones y personajes. De ahí el origen de la expresión ‘galimatías’ para describir ese tipo de sinsentidos.

Ejemplo (biblegateway):

2 Abraham fue el padre de Isaac;
Isaac, padre de Jacob;
Jacob, padre de Judá y de sus hermanos;
3 Judá, padre de Fares y de Zera, cuya madre fue Tamar;
Fares, padre de Jezrón;
Jezrón, padre de Aram;
4 Aram, padre de Aminadab;
Aminadab, padre de Naasón;
Naasón, padre de Salmón;
5 Salmón, padre de Booz, cuya madre fue Rajab;
Booz, padre de Obed, cuya madre fue Rut;
Obed, padre de Isaí;
6 e Isaí, padre del rey David.
David fue el padre de Salomón, cuya madre había sido la esposa de Urías;
7 Salomón, padre de Roboán;
Roboán, padre de Abías;
Abías, padre de Asá;

Aunque según la Wikipedia hay otras explicaciones posibles para el origen de este término, lo cierto es que se usa cuando alguien se expresa de forma complicada o como sinónimo de desorden.

Los traductores, como mediadores culturales, debemos repeler galimatías, ya que nuestro objetivo es promover la comunicación de forma clara y precisa. Siempre y cuando esta no sea proposital, sobre todo en el texto literario, en que la escritura intrincada y rebuscada muchas veces refleja el estilo del autor, en esos casos, debemos respetar la manera particular como el escritor se expresa. (¡Muchas gracias al amable lector Marcos Mendes por recordármelo!).


sexta-feira, 24 de junho de 2016

“Refanfinflársela algo a alguien”, significado


O verbo “refanfinflar” é uma criação expressiva utilizada na Espanha, tem sua origem na oralidade popular, na coloquialidade. É uma forma de dizer que está “pouco se lixando” ou "que está se danando" para algo ou para alguém, ou seja, que não lhe dá a mínima importância.

Refanfinflársela algo a alguien” é uma locução verbal vulgar, malsoante, equivale a expressões como “traerle sin cuidado, importarle un bledo, un pepino, un pito”. E o pronome la de tal construção se refere ao órgão reprodutor masculino (la polla, denominação vulgar), de acordo com o modelo estabelecido por outras expressões paralelas, e ainda mais vulgares,  sudásela/soplársela/pelársela a alguien e traérsela (floja, pendulona) a alguien. Emprega-se da seguinte forma:

Me la renfanfinfla cualquier problema suyo.

Izco: "Lo que diga Mourinho me la refanfinfla" (declaração do jogador Izco do Real Madrid sobre o técnico, com respeito ao encontro natalino com a mídia, http://www.resultados-futbol.com/noticia/izco-lo-que-diga-mourinho-me-refanfinfla)

Ricardo Rousselot: «El Premio Nacional de Diseño me la refanfinfla» (declaração do considerado “mestre da caligrafia” sobre o prêmio nacional de desenho, http://graffica.info/rousselot-el-premio-nacional-de-diseno-me-la-refanfinfla/)

Essa criação expressiva, por sua vez, já deu origem a uma nova variante, “repampinflar”, como registra o artigo “Refanfinflar, repampinflar”, de Pedro Álvarez de Miranda, publicado na revista Rinconete do Centro Virtual Cervantes. “En una entrevista periodística a Rosa Díez me topo con un bien curioso verbo: «Hay quien dice que somos de la extrema derecha y quien dice que somos de la extrema izquierda; nos la repampinfla el adjetivo» (El País, 25 de mayo de 2013). Me refiero, naturalmente, a ese repampinflar, que me ha llevado a indagar, por vía de ejemplo, en la alta variabilidad de las llamadas «creaciones expresivas».

Nesse interessante artigo, o autor se indaga sobre o que origina esse tipo de criações expressivas, como se cristalizam e como surgem outras variantes. Para ler o artigo na íntegra, acesse

A origem dessa expressão é desconhecida, mas pode ser vista como uma “jitanjáfora”, texto carente de sentido cujo valor estético se baseia na sonoridade e no poder evocativo das palavras, reais ou inventadas que o compõem.  A palavra “jitanjáfora”, por sua vez, foi usada pelo poeta cubano, M.Brull (1891-1956) para finalizar o terceiro verso de um poema que, repleto de vozes sem significado, mas de grande sonoridade. Posteriormente, o humanista Alfonso Reyes (1889-1959) a usaria para designar esse tipo de enunciados.

dle.rae.es
cvc.cervantes.es
http://blogs.lavozdegalicia.es/

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O que significa, em espanhol, “ser un tiquismiquis”

A palavra tiquismiquis, em espanhol, originou-se do latim medieval hispânico também chamado de “latín macarrónico”, isto é, um latim pouco acadêmico, digamos, defeituoso. O pronome “mihi” (para mim) sofreu uma extravagante ultracorreção e passou a escrever-se como “michi”, atribuindo à letra ‘h’ uma artificial pronunciação gutural. Por analogia, ocorreu a mesma alteração com o pronome “tibi”  (para ti),  que se tornou “tichi”. Daí surgiu a expressão tiquismiquis, literalmente “para tí, para mí”, fazendo alusão às pessoas extremamente minuciosas na hora de repartir alguma coisa. A palavra tiquismiquis teria sido registrada pela primeira vez por Cervantes, em 1615.

Um tiquismiquis é uma pessoa apreensiva que tem nojo de tudo, cheia de melindres, que vive se queixando de detalhes pequenos sem importância, aquela pessoa, por exemplo, que fica separando a cebola na comida; que não gosta de comer fora de casa, porque não sabe como a comida foi preparada e porque prefere usar a louça que ela mesma lavou; que não pega amendoins de uma tigela onde todos comem juntos; que tem nojo de comprar um livro num sebo; que jamais dará uma lambidela num sorvete alheio para experimentar o sabor; que não consegue desviar os olhos da espinha inflamada de seu interlocutor; que quase vomita ao ver alguém beijar seu cachorro; que se nega a aceitar em sua bebida cubinhos de gelo que alguém insiste em colocar com a mão; que passa a mão instintivamente no assento da cadeira para tirar sujeira alheia; que prefere descer pela escada para não enfrentar um elevador cheio de pessoas, ou melhor, de bacterias.



Também se usa a palavra tiquismiquis para designar aquela pessoa excessivamente meticulosa e perfeccionista que briga com o pintor, por exemplo, porque ele deixou cair alguns respingos de tinta no chão. 

Vejamos alguns exemplos de uso:

Este exemplo foi extraído num desses sites que oferece reservas de hotéis e onde os hóspedes registram suas impressões:

“No soy «tiquismiquis» pero hemos pasado una noche mi esposa, mi hija y yo, y la habitación que nos ha tocado más bien parece de una mala pensión que de un hotel de cuatro estrellas. Muebles viejos, paredes para pintar, tarima flotante de pena, bañera y mampara para cambiar, toallas viejas, etc.

Este outro exemplo foi retirado do romance “Los enamoramientos”, do escritor espanhol Javier Marías:

—¿Qué pasa? ¿Qué he dicho? ¿Es por la palabra ‘huevos’? Pues muy tiquismiquis sois aquí. Podía haber utilizado una peor, al fin y al cabo ‘huevos’ es un eufemismo. Vulgar y gráfico y muy abusado, lo reconozco, pero no deja de ser un eufemismo.

Mais um exemplo, desta vez, extraído da versão on-line do jornal El País, da coluna El Comidista:

El tiquismiquis
Nuestro primer biotipo se caracteriza por irritarse ante los detalles más nimios. Le molesta todo: que el mantel tenga una arruguita, que las copas no sean de cristal ultrafino como las que le tocaron en el sorteo del Carrefour, que el plato tenga una pequeña mella sólo perceptible bajo el microscopio o que los camareros no le hagan reverencias como si fuera la reina de Inglaterra. Frase identificativa: "Me pusieron cerca de la puerta, había corriente y me pillé una gripe que me ha tenido tres meses en la cama".



Algumas possíveis traduções ao português da expressão “tiquismiquis”: melindroso, escrupuloso, fresco, cheio de não me toques, cheio de nove-horas, nojento, etc.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Neologismos: arrastão, catracaço e rolezinho



No Brasil, apesar de o governo tentar encobrir a realidade com índices e discursos ufanistas do tipo: “nunca antes na história deste país…”, a desigualdade social vem à tona e deixa suas marcas em nossa linguagem, em neologismos como “arrastão”, “catracaço” e “rolezinho”.



O que esses termos têm em comum? Ambos estão relacionados à desigualdade social e à falta de investimento na educação que assolam o país. Mas antes de discutir os problemas sociais, vamos “separar o joio do trigo”, afinal de contas não é tudo “farinha do mesmo saco”. A palavra “arrastão” já foi recolhida pelos dicionários, encontrei-a no Aulete e no Houaiss, as outras palavras, não. Optei pelas definições encontradas na Wikipédia por se tratar de uma enciclopédia aberta e colaborativa.



Arrastão: é uma tática de roubo coletivo urbano, presenciada primeiramente na década de 1980 na cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente na praia de Copacabana. O caso mais famoso de arrastão aconteceu em 18 de outubro de 1992 na praia de Ipanema e teve repercussão internacional. Consiste no roubo coletivo de dinheiro, anéis, bolsas e às vezes até mesmo de roupas dos transeuntes por um grupo de pessoas.



Catracaço: Esta palavra não está registrada na Wikipédia. Surgiu durante as manifestações contra os aumentos das passagens de ônibus e consiste, basicamente, em pular a catraca do ônibus para não pagar a passagem.



Rolezinho: diminutivo de rolé, em linguagem informal brasileira, significa "fazer um pequeno passeio" ou "dar uma volta", é um neologismo para definir um tipo de coordenação de encontros simultâneos de centenas de pessoas em locais como praças, parques públicos e shoppings. Os encontros são marcados pela Internet, quase sempre por meio de redes sociais como o Facebook.



Não sou formada em sociologia, psicologia ou economia, sou tradutora formada em Letras e minha modesta opinião é a de uma cidadã brasileira.



A delinquência materializada nos “arrastões” é fruto de uma política que não investe em educação, formação e não oferece oportunidades aos jovens, que ficam à mercê do assédio do crime organizado. É verdade que muitas vezes o motivo pelo qual alguém se torna um delinquente é, simplesmente, o livre arbítrio ou o caráter pessoal, mas também é verdade que a falta de educação e a desigualdade contribuem em boa parte para isso.



Quanto ao “catracaço”, acho que é uma moeda de duas caras. De um lado, o cidadão trabalhador e insatisfeito com a ineficiência e o alto custo do transporte público; do outro, aqueles que não estão preocupados em melhorar nada e que acham que a solução seria o “passe-livre” a “custo-zero”. Desde quando algum serviço tem custo zero, quanto mais o público?  Que eu saiba a regra é outra: quando o governo oferece algo “de graça” o custo é dobrado graças ao superfaturamento, isso ocorre com a merenda escolar, os uniformes, as obras públicas, os remédios…



Para finalizar: os “rolezinhos”. Parece-me que nem todos os participantes são negros, pobres, excluídos sociais, como dizem aqueles que afirmam que os rolezinhos são um reflexo do “apartheid social” que há no Brasil. Pode até ser, mas será que os jovens que participam desses encontros têm consciência disso?

Creio que muitos deles querem apenas se divertir, “zoar” e “chocar”, atitudes próprias da idade, já fui adolescente. É verdade que os centros comerciais, “shoppings”, no Brasil, são ilhas de consumo, onde as pessoas querem gastar seu dinheiro sem ser incomodadas e sem se sentirem ameaçadas. Se nos espaços públicos, as manifestações dos jovens já são reprimidas, quem dirá nos espaços privados, em que os lojistas pagam um alto preço para garantirem aos seus clientes um ambiente aprazível?



É natural que o governo não invista em educação já que, no dia em que isso ocorrer, passaremos a prestar mais atenção a outros neologismos que estão a nossa volta, tais como: “mensalão”, “mensalinho”, “mensaleiro”, “caixa dois”, “valerioduto”, etc. Deixando a polêmica de lado, o fato é que nossos problemas políticos e sociais são fonte de enriquecimento vocabular e, diga-se de passagem, o enriquecimento, neste caso, é lícito.
 
Enquanto não aparecem novos neologismos, aproveitemos a “melhor copa de todos os tempos”! Pão e circo é o que nos dão, em lugar de instrução.

Ah, sim, quanto à tradução de neologismos deste tipo, a solução mais adequada é deixá-los em português, em itálico ou entre aspas, e inserir uma explicação.

Veja o exemplo extraído do sitio do jornal chileno La Segunda

"Río de Janeiro/Sao Paulo.- Al menos tres zonas de compras de Río de Janeiro y Sao Paulo cerraron sus puertas este fin de semana debido al "rolezinho" (paseíto), un nuevo fenómeno juvenil que consiste en encuentros multitudinarios de jóvenes en centros comerciales coordinados a través de Internet y que tiene desconcertado a todo Brasil." 

Nesse exemplo, além da explicação, colocaram também uma tradução literal do termo entre parêntesis. 

Fonte: www.lasegunda.com

Leia a versão completa da notícia aqui

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

"Mecherazo"


Mecherazo” es una palabra derivada de “mechero” + el sufijo aumentativo “azo” y se refiere a un golpe proporcionado mediante un mechero.

Cuando digo mechero, encendedor o chisquero me refiero al instrumento de bolsillo cuyo gas se enciende al entrar en contacto con la chispa producida por el roce de una rueda de acero con una piedra. El origen de la palabra mechero se debe a que los encendedores antiguos estaban equipados con una mecha retorcida.

En el léxico suele suceder que algunos objetos cambien su funcionamiento o sean substituidos por otros totalmente diferentes y que, a pesar de eso, mantengan los mismos nombres. Eso sucedió, por ejemplo, con la pluma de ave cuando fue sustituida por el objeto cargado de tinta y mantuvo su nombre “pluma” y con la nevera que al principio era un lugar lleno de nieve donde se conservaba los alimentos y que fue sustituido por el aparato electrodoméstico, manteniendo su nombre original “nevera”.

Los mecheros de bolsillo se volvieron populares especialmente durante la segunda guerra mundial y la guerra de Vietnam ya que, al contrario de las cerillas o fósforos, difícilmente se apagaba en condiciones adversas de lluvia o viento.

Otra ocasión en que se hizo visible la popularidad de los mecheros fue en el festival de Woodstock en 1969. Durante la segunda noche, un cantante solicitó desde el escenario que todo el mundo encendiera sus mecheros porque la oscuridad impedía ver hasta dónde llegaba el público. En unos minutos decenas de miles de llamas se encendieron hasta donde alcanzaba la vista. Hoy en día, en los festivales, la llama de los mecheros fue sustituida por la luz de los móviles.

Bueno, ahora que ya hemos visto algo al respecto de este instrumento, podemos volver a la palabra “mecherazo”. Recientemente salió una noticia en la prensa de que el portugués Cristiano Ronaldo había recibido un “mecherazo” en la cabeza durante el descanso de un partido.  

En este caso creo que fue preferible el mechero al móvil, de lo contrario el prejuicio, o el chichón, sería mayor.

Y para no perder la punta del ovillo (permitam-me a interrupção: jamais se deve traduzir o "fio da meada" como "el hilo de la meada", pois "meada" é um falso amigo que, em espanhol, significa "mijada"), la palabra "mecherazo" se tradujo al portugués como "isqueirada", ya que en portugués el sufijo "ada" se utiliza para referirse a varios tipos de golpes: "paulada", "pedrada", "chinelada", "martelada", "chicotada", etc.

Y para concluir: Por favor, iya basta de violencia en los estadios!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Perogrullada



El origen de esta palabra se debe a Pero Grullo, o Perogrullo, un personaje mítico a quien se le atribuye la característica de decir obviedades, cosas tan sabidas que resulta simpleza decirlas.  
Así, para referir-se a una declaración evidente, trivial o apodíctica, se usa la expresión “decir una perogrullada” o “verdad de Perogrullo”.

En retórica, el arte de bien decir, la perogrullada es semejante a la tautología, a la redundancia o al pleonasmo: una definición tan simple que duplica su misma denominación.

El diccionario de la RAE define la perogrullada como «verdad o certeza que, por notoriamente sabida, es necedad o simpleza decirla».



Quien inventó el vocablo perogrullada fue Francisco de Quevedo, en su libro Los sueños (1622), en concreto en la Visita de los Chistes, también conocida como Sueño de la Muerte, donde interviene el «gran profeta» Pero Grullo: «Yo soy Pedro y no Pero Grullo, que quitándome una d en el nombre me hacéis el santo fruta.» Y el personaje ofrece diez profecías, a las cuales Quevedo denomina perogrulladas. Veamos una de ellas:

Las mujeres parirán
si se empreñan y parieren,
y los hijos que nacieren
de cuyos fueren serán.”

En el Quijote también se encuentra una referencia a Pero Grullo, en el capítulo LXII, en que el caballero y su escudero tienen oportunidad de conocer la cabeza encantada que responde a todas las preguntas que se le hagan. Sancho Panza pregunta a la cabeza si volverá a ver a su mujer y a sus hijos. La cabeza encantada responde: “Gobernarás en tu casa; y si vuelves a ella, verás a tu mujer y a tus hijos; y, dejando de servir, dejarás de ser escudero.” A lo que Sancho responde contrariado: “Bueno, par Dios; esto yo me lo dijera: no dijera más el profeta Perogrullo

Veamos más ejemplos atribuidos a Perogrullo:

Cuatro huevos son dos pares.”

La mano cerrada se puede llamar puño y aun de hecho se llama así.”

Cuando no se tiene frío, es que se ha entrado en calor.”

Al que le quitan la vida, de seguro le matan.”

El que gasta el último cuarto de su última peseta, regularmente se queda sin ella.”

Casi se puede afirmar, sin temor de ser desmentido, que no ven objeto alguno los ciegos de nacimiento.”


Y ahora algunas perogrulladas dichas por gente famosa:

"Gana el que marca un gol más que el contrario" - Alfredo DiStefano, presidente de honor del Real Madrid.

"El fumar mata y si te mueres, has perdido una parte muy importante de tu vida." Brooke Shields, entrevista para una campaña federal antitabaco, en 1998.

"No he cometido ningún delito. Lo que hice fue no cumplir con la ley." Jennifer López al ser detenida junto a Puff Daddy




En Brasil, cuando alguien dice una perogrullada, se puede decir que dijo una “pérola” (perla), pero además de referir-se a algo evidente, también se refiere a una necedad o una gafe.

Veamos un ejemplo de una “pérola”:

En el concurso de Miss de 2001, le preguntaron a la candidata de chile qué pareja (hombre y mujer) elegiría en todo el mundo para preservar y multiplicar la especie humana si hubiese un holocausto nuclear. A lo que ella respondió: "Al Papa y a la Madre Teresa de Calcuta".