Ontem, meu marido e eu assistimos ao filme Orgulho e Preconceito pela quarta vez, e, já que hoje é o Dia dos Namorados, gostaria de aproveitar a ocasião para escrever uma reflexão sobre o romantismo.
Por que gosto
tanto do livro de Jane Austen e do filme baseado nele? Porque é aquele tipo de
romance em que a atração entre as personagens vai crescendo aos poucos, aliás,
ela começa a partir de uma primeira impressão negativa, de uma espécie de
aversão. No baile no qual eles se encontram pela primeira vez, Mr. Darcy recusa
o convite de Elizabeth Bennet (Lizzi), para dançar. Mais tarde ela escuta Mr. Darcy
dizer ao amigo que não a considera o suficientemente atraente para ele.
Mr. Darcy
tem uma posição social superior e alimenta um forte preconceito em relação à família
Bennet, à forma como eles se comportam, com escasso recato e refinamento. Mr.
Darcy e Lizzi acabam se encontrando casualmente em várias ocasiões, e ele
começa a apreciar a sagacidade e o orgulho de Lizzi que defende sua posição social
e sua família com comentários inteligentes e sarcásticos, que fazem Darcy questionar
suas convicções.
A fórmula mágica que torna essa história de amor tão envolvente é o fato de
eles se apaixonarem aos poucos, conforme vão vencendo o preconceito inicial e descobrindo
no outro seu verdadeiro valor.
Hoje em dia
nós vemos uma disputa entre homens e mulheres para ver quem vai chegar primeiro,
quem vai se dar bem, quem vai sair por cima, parece que se trata mais de uma competição por
poder do que de uma conquista. E também vemos essa disputa por quantidade, para ver
que fica com mais pessoas, quem ganha mais likes... E a moçada jovem indo com
muita sede ao pote, pulando as etapas da conquista, de trocar olhares, pegar na
mão, pedir em namoro, tudo aquilo que é tão instigante e que torna a conquista
mais saborosa.
Hoje a
maioria quer ir logo para a cama para depois se conhecerem, invertendo as
etapas. Tratando com desdém o que deveria ser a cereja do bolo. É a cultura do
desapego, como se apaixonar-se fosse algo ofensivo, humilhante. Hoje reina um individualismo
nocivo que impede a pessoa de olhar para outra coisa que não seja o próprio
umbigo.
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