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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Como usar o CORPES (Corpus do Espanhol do Século XXI)

Um corpus é um conjunto formado por milhares de textos (novelas, obras de teatro, roteiros de cinema, notícias de imprensa, ensaios, transcrições de noticiários radiofônicos ou televisivos, transcrições de conversas, discursos, etc.) e centenas de milhões de formas. A principal vantagem que os corpus oferecem é a possibilidade de analisar usos reais. Dado o tamanho que possuem, os corpus devem estar em formato eletrônico, de modo que possam ser processados por computador.

Um corpus geral permite obter as características que uma língua apresenta num determinado momento de sua história. No caso do espanhol atual, o corpus deve conter textos de todos os tipos e também de todos os países que constituem o mundo hispânico.

Hoje vamos falar do Corpus do Espanhol do Século XXI (CORPES XXI), formado por textos escritos e orais procedentes de Espanha, América, Filipinas y Guiné Equatorial com uma distribuição de 25 milhões de formas por cada um dos anos compreendidos no período 2001 a 2012.

A versão disponível atualmente ainda é provisória, uma versão beta, e o objetivo final deste grande projeto é reunir, em 2018, um conjunto textual constituído de 400 milhões de formas e palavras da língua comum de quase 500 milhões de hispanófonos. 



Neste pequeno artigo vou apresentar dois recursos muito úteis aos tradutores, e que eu utilizo com frequência: estadística e concordância.

A estadística é um recurso muito útil, no caso do espanhol, porque permite visualizar a distribuição geográfica de um termo, isto é, sua frequência por país. Assim, caso eu tenha dúvidas, sobre a preferência na América Latina entre dois adjetivos que são sinônimos perfeitos, como, por exemplo, “sustentable” e “sostenible”, realizo uma busca de estatísticas para cada termo, separadamente e obtenho os seguintes resultados, que mostram a preferência pela primeira forma entre os hispano-americanos:

sustentable
(Clique nas figuras para ampliá-las)

sostenible

Agora, vamos ver qual é o substantivo de uso mais frequente na Espanha para computador: “ordenador” ou “computadora”.


ordenador
computadora
Por último, o recurso concordância é uma lista que permite visualizar as ocorrências de um determinado termo num corpus. Cada ocorrência aparece contextualizada, o que é muito útil para o tradutor, já que permite conhecer como se utiliza um termo num determinado contexto, sua combinação com substantivos, adjetivos, preposições, complementos, etc. o que nos permite, também, compreender melhor seu significado para utilizá-lo no contexto adequado.

A busca por concordância do verbo “reconciliar”, por exemplo, permite ver as diferentes regências que esse verbo admite. Além disso, o recurso concordância conta ainda com filtros que permitem ordenar os resultados por ano, país, etc. E ao posicionar o ponteiro do mouse sobre uma linha, aparece a fonte de onde foi extraído o termo.
  
Fonte de onde foi extraído o termo
Concordância do termo "reconciliar"


REAL ACADEMIA ESPAÑOLA: Banco de datos (CORPES XXI) [en línea]. Corpus del Español del Siglo XXI (CORPES). <http://www.rae.es> 


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Boa-nova: Escola de Tradutores


Você sabia que “boa-nova” é o nome vulgar dado a umas pequenas borboletas brancas consideradas mensageiras de boas notícias? Pois hoje estou me sentindo uma “boa-nova”, porque estou aqui para compartilhar uma feliz novidade.

Está aberta a Escola de Tradutores, uma iniciativa que reúne uma equipe de instrutores profissionais formados e com muita experiência de mercado que vão proporcionar uma experiência única de aprendizado teórico e prático.

O grande diferencial é que os cursos são oferecidos na modalidade online, com horários flexíveis, já que a maioria dos cursos presenciais está concentrada em RJ, SP, DF e PR, quem mora em outras regiões sabe da dificuldade de encontrar cursos na área de tradução. Outro diferencial é a inclusão do idioma espanhol, já que a grande maioria dos cursos disponíveis atualmente está voltada para a tradução do inglês. 

A Escola de Tradutores oferece instrumentos teóricos e práticos àqueles que buscam se profissionalizar na área de tradução e revisão, com cursos na área de tradução literária, tradução médica, tradução jurídica, audiodescrição, revisão de textos, Wordfast básico e muito mais!

Na área de tradução de espanhol, estão disponíveis na grade de cursos: 

Precisión lexical y conceptual: el dominio del idioma en la lengua de llegada
”, ministrado por Victor Gonzales, tradutor técnico e literário há mais de 15 anos e editor de vários blogs, entre os quais, “El Heraldo de la Traducción”.
A tradução do espanhol ao português”, com o consagrado tradutor Carlos Nougué, professor de Tradução e de Língua Portuguesa há mais de 10 anos. Tradutor de Filosofia, Teologia e Literatura (do francês, do latim, do espanhol e do inglês). Lexicógrafo e autor da Suma Gramatical da Língua Portuguesa – Geral e Avançada, publicada pela É Realizações Editora. 
Particularmente, adorei toda a grade de cursos, mas confesso que tenho uma predileção pelo curso sobre Tradução Literária, que também será ministrado por Carlos Nougué, que abordará as especificidades da tradução literária comparada às outras áreas da tradução e ensinará técnicas para traduzir prosa literária e poesia.
Enfim, iniciativas assim valorizam nosso trabalho, pois promovem o aprimoramento profissional. Uma excelente notícia para encerrar a semana!

Para mais informações, acesse a página www.escoladetradutores.com.br.
boa-nova in Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-07-08 13:08:15]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/boa-nova

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Como validar terminologia específica?


Hoje vou falar um pouco sobre a validação terminológica. Quando traduzimos textos técnicos é comum depararmos com terminologia especializada e neologismos que dificultam bastante nosso trabalho, principalmente quando não temos conhecimento na área em questão.

É possível traduzir um texto de uma área com a qual não temos familiaridade?

Hoje em dia, acredito que sim, porque há muitas fontes de consulta confiáveis e de fácil acesso. No entanto, se você recebeu um texto técnico de uma área sobre a qual não tem conhecimento, antes de aceitar o pedido, procure fazer uma pesquisa prévia para saber se há informação suficiente disponível na rede. Se for um assunto excessivamente novo e específico, e você não se sente seguro para realizar o trabalho, é preferível recusar o pedido. Isso não é motivo de vergonha, pois reconhecer nossas limitações é uma atitude profissional.

O que significa validar um termo? Ao traduzir um termo específico, devemos autenticá-lo, certificando-nos da conformidade de uso, do contrário, a informação será aleatória e a qualidade da tradução ficará comprometida.

Vou dar aqui um exemplo de validação para uma expressão específica: consciência situacional. Em primeiro lugar, precisamos saber de que se trata. Para isso, fazemos uma pesquisa e verificamos que consiste numa representação mental e entendimento de todos os fatores que podem afetar as tarefas humanas num determinado evento, em outras palavras, aquilo que é preciso saber para não ser surpreendido.

É um conceito relativamente novo utilizado no controle de situações complexas, altamente dinâmicas e de grande risco, tais como investigação policial, controle de tráfego aéreo, gestão de emergência, etc.

Ao buscar um correspondente na língua-alvo, em nosso caso o espanhol, língua que compartilha muitas semelhanças com o português, o procedimento mais básico é fazer uma tradução literal, “conciencia situacional”, e jogá-la no google.es para verificar os resultados. Aparecem 20.700 resultados.

Logo no primeiro resultado no topo da lista, encontramos a definição na página es.wikipedia.org e verificamos algumas inconsistências, por exemplo, no link da página aparece o termo “consciencia” com ‘s’ e no texto aparece “conciencia”, sem ‘s’. Em espanhol, existem as duas formas "conciencia" e "consciencia". Veja a explicação sobre o uso das duas formas aqui.

Como Wikipédia não é um site totalmente confiável, segundo uma declaração do próprio fundador (http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u21947.shtml), precisamos buscar mais.

Podemos recorrer a um corpus, como por exemplo, o Corpus do Espanhol, de Mark Davies, que conta com mais de 100 milhões de palavras procedentes de mais de 20 mil textos do espanhol dos séculos XIII a XX. Infelizmente não aparece nenhuma ocorrência, provavelmente devido à novidade do termo.

Realizamos uma nova busca no Google, desta vez mais específica, restringindo os resultados. Para isso, usamos, por exemplo, a extensão ‘gob.es’ para procurar somente em sites do governo espanhol. Para isso, inserimos no campo de busca “conciencia situacional” site: gob.es. Aparecem 4.870 resultados. Entre os resultados exibidos na primeira página, encontramos informação na página do Ministério do Desenvolvimento, em outra página sobre segurança aérea, tecnologia, defesa, emprego, enfim, tudo em páginas oficiais.

Agora, fazemos uma nova busca, desta vez no Ngram Viewer do Google, ferramenta que permite comparar num gráfico a curva da evolução de um ou mais termos, nos dois últimos séculos, entre os livros disponíveis no banco de dados Google. Para isso, abrimos a página https://books.google.com/ngrams , digitamos, no campo de busca, ‘consciencia situacional, conciencia situacional’, selecionamos o idioma espanhol na caixa de seleção e clicamos no botão ‘Search lots of books”. Aparece o seguinte resultado, que mostra zero ocorrências para ‘consciencia situacional’.


Se ainda temos nossas dúvidas, podemos consultar uma base de dados terminológica multilíngue como, por exemplo, a Iate, base terminológica da União Europeia iate.europa.eu.  Ao inserir o termo em português, não aparecem ocorrências, por isso, optamos pelo termo em inglês “situational awareness”, e então aparece o seguinte resultado:


Este é apenas um exemplo de algumas fontes para validação terminológica, mas há muitos outros recursos, tais como publicações científicas, dicionários e glossários especializados, profissionais da área, etc.

Para saber mais sobre o assunto, leia o texto Validación terminológica: todo está en las fuentes, do professor Fernando Contreras Blanco, publicado na revista multilíngue da Asetrad, La linterna del traductor: http://www.lalinternadeltraductor.org/n5/fuentes-terminologicas.html

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

150 Ebooks grátis para Tradutores e Intérpretes


Para a nossa sorte, vivemos na era da informação. Basta dar alguns cliques para acessar blogs, revistas, jornais, fóruns, dicionários, comunidades, tutoriais, e-books, aplicativos, cursos, etc. E o que é melhor: há muita coisa grátis!

O blog Infotra da Universidade de Salamanca oferece uma lista de 150 Ebooks grátis para Tradutores e Intérpretes. A maioria dos arquivos estão em inglês, mas há alguns em espanhol também. A maior parte dos livros são trabalhos acadêmicos ou publicações institucionais. Para dar um exemplo:

Lira Dias, M. M. (2010). [e-Book]  Los conectores discursivos desde la retórica contrastiva: uso y contraste español-portugués. Salamanca, Universidad de Salamanca. - Trata-se de uma tese de doutorado que faz uma análises contrastiva do uso dos conectores discursivos opositivos, causais-consecutivos e aditivos em espanhol e português. 

Além dessa lista de blog, o blog oferece muitas postagens interessantes desde 2011.

Para acessar a lista de ebooks, clique aqui.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Resenha da Suma Gramatical da Língua Portuguesa, de Carlos Nougué

Queridos leitores:

Há alguns dias não publico nada, estive compenetrada na leitura da Suma Gramatical da Língua Portuguesa, de Carlos Nougué, e agora que terminei, aqui estou para registrar minhas impressões.

Primeiramente devo confessar que, aos 41 anos de idade, é a primeira vez que leio cabalmente uma gramática, e quando digo cabalmente, digo-o no sentido literal: sinopse na sobrecapa, informações editoriais, dedicatória, apresentação, prólogo, agradecimentos, dados do autor, notas de rodapé, tudo mesmo.

Vocês pensam que foi uma tarefa árdua?

Não mesmo! Li-a com o mesmo prazer com que li muitos clássicos da literatura, saboreando cada palavra, tentando apropriar-me de cada informação e de cada exemplo primorosamente escolhidos. O texto em si, já é uma lição de elegância e de clareza, dois aspectos importantíssimos a qualquer obra, sem esquecer o caráter didático. Quando digo didático, não me refiro a explicações reducionistas, a macetes tão fáceis de decorar quanto de esquecer, mas a explicações detalhadas, com sólida fundamentação teórica, a analogias usadas no intuito de facilitar a compreensão dos assuntos mais complexos.

Um dos diferenciais desta obra é seu cunho filosófico, guiado pela racionalidade, pela lógica, e não pela intuição ou pela preferência dos falantes, ou ainda, pelos cânones literários.  Outro diferencial é a defesa da norma sem qualquer melindre, pois este é o fim da gramática: o de normatizar a escrita e, consequentemente, a fala, a fim de que a comunicação possa dar-se de forma correta e eficiente. Para que o homem possa comunicar com exatidão aquilo que pensa e sente, e para que possa compreender o que lê e ouve.

Apesar de ser normativa e de defender a tradição, o autor discrepa em alguns pontos com outros gramáticos; porém, quando o faz, justifica-o com sólidos argumentos, como também reconhece que há controvérsias em que não é possível chegar a uma solução única e incontestável, quando se trata de uma “fronteira turva”, usando suas próprias palavras.

Como arte estritamente normativa, as normas são dadas na tentativa de estabelecer limites, tendo em vista o fechamento de paradigmas com a formulação de regras o mais abrangentes possível e evitando, quando possível, as exceções. A exposição do conteúdo segue uma ordem lógica e sequencial, assim, expõe-se primeiramente a definição, por exemplo, dos pronomes, a seguir, sua classificação e função sintática como complementos verbais e, finalmente, sua ordenação a um uso correto, por exemplo, na colocação pronominal. Alguns assuntos são abordados em diversas partes do livro, seguindo um modelo helicoidal ou espiral, que permite retomar um assunto sempre que for conveniente.

Em minha opinião, são pontos fortes da obra: na parte que trata da formação das palavras, a tentativa de distinção entre palavra composta por justaposição e locução; na parte que trata das classes gramaticais, a explicação sobre a relação entre substantivos e adjetivos, por exemplo, quando o substantivo se usa em lugar de adjetivo; ainda na parte das classes gramaticas, a explicação dos pronomes é riquíssima, sobretudo a dos pronomes relativos; também a dos verbos e a das vozes verbais, onde se faz uma distinção importantíssima entre figura e significado que permite uma visão mais ampla e profunda das funções das palavras. Toda a parte da sintaxe é muito elucidativa. Outro ponto altíssimo é a parte que trata da concordância verbal, bem como a que trata do uso da vírgula. Enfim, é difícil e injusto destacar somente alguns pontos.

Sem dúvida alguma, é uma obra que deve estar sempre à mão daquele que se preocupa em falar e escrever corretamente de modo a preservar nossa língua. E àqueles que acreditam que a língua é com um rio, puro fluxo, que deve fluir sem regras que a dirijam, e que ainda se perguntam: para que a gramática?, eis a resposta do autor:

“Para fazer que nossa língua seja rio, sim, mas rio que graças aos diques e ao curso que lhe demos ajude a atingir a foz da Sabedoria”.

Assim, ao contrário do que se diz, a gramática não está aí para oprimir ninguém, muito pelo contrário, é mediante o uso correto da língua que as pessoas podem ter acesso igualitário ao conhecimento e que podem fazer entender-se claramente, sem ruídos ou ambiguidades. Afinal, de que vale ter voz e não ser compreendido?

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Lanzamiento del e-book “Escribir un blog y que te lean”, de Alberto Bustos

En 1997, vivía yo en el Amazonas, en el norte de Brasil, y aún recuerdo el día en que leí con incredulidad la siguiente noticia en una capa de revista “Internet: la red virtual que interconectará a personas de todo el mundo”. Aquello me sonaba a ficción científica, sin embargo, poco tiempo después, estaría yo misma navegando por esa magnífica e ilimitada red.

El tiempo pasó y, en 2013,  esta vez en el sur de Brasil y ya como traductora, publiqué mi propia página con el objetivo de compartir y divulgar informaciones acerca de la lengua, de la profesión y de asuntos afines. Fue entonces que, entre uno y otro clic, tuve la suerte de encontrarme con el Blog de Lengua, un espacio democrático y didáctico donde  el autor comparte generosamente, y de forma clara y accesible, su conocimiento acerca de la lengua basado en su experiencia como profesor de lengua española.

Después de establecer contacto con el autor, Alberto Bustos, recibí una invitación suya para participar en una “aventura” — usando sus propias palabras — que consistía en la creación de un libro electrónico acerca de cómo escribir un blog. Claro que acepté de inmediato la oportunidad. Empecé a recibir diariamente un capítulo del libro por correo electrónico y luego le respondía contándole mis impresiones; y así mantuvimos contacto hasta el día de hoy, cuando acabo de recibir la feliz noticia de que acaba de llegar al mundo el libro “Escribir un blog y que te lean”.

Echa un vistazo
Y aquí me encuentro intentando resumir un poco esta increíble experiencia. El libro es una guía a todos los que desean publicar un blog y que le lean, porque nadie publica algo para sí mismo en una red donde la comunicación es tan inmediata y abarcadora. La obra reúne temas como en qué consiste ser escritor, él éxito, la escritura, el público, las ideas, la frecuencia de publicación, los derechos autorales, los enlaces, la lectura, los dominios, las redes sociales, en fin, todo lo que debemos tener en cuenta a la hora de publicar un blog.

La mayoría de los autores tiene demasiado apego por sus  obras para permitir que alguien le de opiniones o sugerencias. La obra es para ellos como un hijo, y a los padres no les suele gustar que les digan cómo cuidar o educar a sus hijos,  su orgullo no les permite aceptar que otros se metan en una relación tan íntima y privada.

Sin embargo, en este caso, lo que más me ha impresionado ha sido la actitud de desprendimiento del autor con respecto a su obra — no como un padre negligente, sino como un sabio padre que prepara a su hijo para el mundo. Su confianza y su generosidad en permitir que otras personas participaran en algo tan personal. Sinceramente creo que he aportado muy poco, por todo lo que he ganado en cambio. No se me ocurre una forma mejor de finalizar esta reseña que con la siguiente frase de Antonio Machado “En materia de cultura y de saber, solo se pierde lo que se guarda y solo se gana lo que se da”.


Para acceder a la entrevista a Alberto Bustos en este blog, pincha aquí.

domingo, 19 de julho de 2015

Pré-venda da Suma Gramatical da Língua Portuguesa, de Carlos Nougué

Queridos leitores,

É uma grande satisfação retomar as publicações no blog com esta grande notícia!


Acaba de ser colocada à disposição, pela editora É Realizações, em pré-venda, a Suma Gramatical da Língua Portuguesa, obra de Carlos NouguéProfessor de Filosofia, de Tradução e de Língua Portuguesa. Tradutor de Filosofia, Teologia e Literatura (do francês, do latim, do espanhol e do inglês). Lexicógrafo. Ganhador do Prêmio Jabuti de Tradução/1993 e Finalista do Prêmio Jabuti/2005 pela tradução de D. Quixote da Mancha, de Miguel de Cervantes (edição oficial do Quarto Centenário da edição princeps). Já traduziu autores como Cícero, Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, G. K. Chesterton, Louis Lavelle, Xavier Zubiri. Atualmente dá cursos on line de Gramática e de Filosofia Tomista.

Suma Gramatical da Língua Portuguesa é uma gramática com dois importantes diferenciais: tem amparo em escritores não literários e fundamento filosófico, dirigindo-se tanto ao interessado em conhecer melhor sua própria língua, quanto ao estudioso que pode beneficiar-se de uma abordagem teórica pouco comum. um gramático de sólida formação aristotélico-tomista, ou seja, um autor firmemente comprometido com o rigor lógico, com a precisão conceitual e com a clareza da linguagem.


É uma grande obra que, sem dúvida alguma, não deve faltar na biblioteca do tradutor e de todo aquele que se preocupa em conhecer melhor e preservar sua própria língua.

Não perca esta oportunidade de enriquecer sua biblioteca, aproveite o preço módico de pré-venda e faça já seu pedido!


Pré-venda da Suma Gramatical da Língua Portuguesa - Gramática Geral e Avançada

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Teclas de atalho para inserir aspas latinas («») nos textos em espanhol


Em português, usamos as aspas inglesas, também chamadas de duplas ou elevadas “”, em espanhol, as latinas «». Em espanhol, não há uma unanimidade quanto ao nome destas últimas. Uns as chamam de “comillas latinas”, outros de “españolas”, francesas ou “angulares”. O fato é que estas são as aspas recomendadas pela Real Academia Espanhola (RAE).

«Cada uno es como Dios le hizo, y aún peor muchas veces.», Miguel de Cervantes.

Apesar da popularidade das aspas inglesas (“”), seu uso é considerado um anglicismo.

Seguindo a recomendação da RAE, em um texto impresso, utilizaremos as aspas latinas em primeiro lugar; em segunda instância, as aspas inglesas e,  em último lugar, as aspas simples («     »):



«Alberto exclamó: “¡Menudo ‘cacharro’ se ha comprado Paco!”».

As teclas de atalho para inserir as aspas latinas de abertura são:
ALT+174 = «

Para o fechamento das aspas:
ALT+175 = »

Observações:
  1. Mantenha a tecla ALT pressionada até digitar toda a sequência numérica.
  2. Algumas pessoas utilizam o sinal maior que (<) e menor que (>) duplicados em lugar das aspas latinas. Esse uso é incorreto.

<<INCORRETO>>,  «CORRETO»

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Localizar e Substituir

Um recurso muito útil para o tradutor é a opção Localizar e Substituir, oferecida pela maioria dos editores de texto. Essa opção permite localizar uma palavra no texto e substituí-la por outra, o que facilita enormemente nossa vida, pois nos permite substituir automaticamente, por exemplo, todas as ocorrências da palavra “também” por “también”. O que, num texto muito extenso, pode representar centenas, ou até mesmo, milhares de substituições,  isso significa reduzir consideravelmente o tempo que empregaríamos se traduzíssemos manualmente todas as ocorrências.

Fácil não?

Parece, mas não é...

É o Denorex! (os mais novos não entenderão minha piadinha sem graça, mas a turma dos anos 80 sabe a que me refiro... era o slogan, ou melhor, um bordão, de um shampoo, ou melhor, de um xampu anticaspa... às vezes é difícil evitar os estrangeirismos). Mas o que estou fazendo?...estou aqui falando de economizar tempo e perco quase três linhas de texto falando do bordão de um xampu que ninguém mais usa... francamente!

Como eu ia dizendo, parece fácil... porém, no entanto, contudo e todavia... não o é!

Este recurso deve ser usado com muita parcimônia e perspicácia, ou se preferir, parcicácia e perspimônia... ai, me desculpem, acho que estou com dificuldade de manter o foco, ou a foca... agora parei, é sério.

Vou contar a história que aconteceu com um tradutor principiante, primo do cunhado do vizinho do colega do irmão de um amigo meu... o Manolito.

Manolito foi contratado para traduzir, do português ao espanhol, um manual de mais de 30 mil palavras relacionado à área de telefonia. Logo de início, ele viu que havia muitas palavras repetidas ao longo do texto, palavras-chave como: telefone, chamadas, gravação, programação, configuração, atendimento, usuário, assinante, etc. Ele pensou: “Eureka! Se eu usar o recurso Localizar e Substituir, poderei economizar muito tempo!”.

A primeira palavra que Manolito viu à sua frente foi “ação”. Com toda a sede do mundo, Manolito pressionou as teclas Ctrl+U (para exibir a janela Localizar e Substituir no word, não sei qual é o caminho em outros editores de texto, creio que no LibreOffice é Ctrl+H, mas qualquer coisa procure no Google que ele sabe, eu preciso manter o foco, lembra? As teclas de atalho são outras amiguinhas importantes em nossa profissão...) Então, Manolito, sedento, abriu a janelinha mágica e inseriu a palavra “ação” no campo “Localizar”, a seguir, inseriu a palavra “acción” no campo “Substituir por” e clicou no botão “Substituir tudo”...




Uau!!! 1067 substituições!!! 

Manolito, não esperava que houvesse tantas ocorrências, sentiu-se um gênio, um verdadeiro Einstein!

Não gosto de ser desmancha-prazeres, mas a vida é dura e alegria de pobre dura pouco. Após algumas horas de trabalho, sangue suor e lágrimas, Manolito percebeu a presença de palavras estranhas em seu texto: “grabacción”, “configuracción”, “programacción”, “operacción”, “relacción”, “observacción”, “eliminacción”, “indicacción”, etc. E eis a única palavra que lhe veio à mente: “Putz!”.

Mas deixemos o Manolito com seu abacaxi, afinal, já dizia o velho ditado “Em casa de espeto, o ferreiro é de pau”...

Nosso amiguinho errou num ponto básico. Ao usar o recurso Localizar e Substituir, esqueceu-se de marcar a caixa de seleção Localizar apenas palavras inteiras, com isso, não substituiu somente a palavra ação, mas todas as palavras que continham esse segmento: gravação, configuração, programação, operação, etc.




Bom, esse é um erro bastante básico, ao usar o recurso Localizar e Substituir. Mas há outros, menos óbvios, que também podem ocorrer:

Errar na tradução de homônimos, isto é, palavras que tem a mesma grafia, mas significados diferentes.

Exemplo:
Na tradução de um acordo comercial do espanhol ao português, usou-se o recurso Localizar e Substituir para substituir o termo “intereses” pelo correspondente em português “juros”. No entanto, em algumas partes do texto a palavra intereses significava porcentagem sobre um valor emprestado (juros), enquanto que, em outras partes do texto, significava estado de espírito por algo que desperta atenção (interesses).
Nesse mesmo texto, usou-se o recurso Localizar e Substituir para substituir o termo "inversión", em espanhol, por "investimento". No entanto, algumas ocorrências do termo referiam-se a investimento, enquanto que outras se referiam ao fato ou efeito de 'inversão', ou seja, a troca pelos contrários, a posição a ordem o sentido das coisas.

Errar ao traduzir palavras que podem fazer parte de expressões idiomáticas ou que podem ter sentido figurado.

Exemplos:
Na tradução de um texto sobre matemática, usou-se o recurso Localizar e Substituir para substituir a palavra “suma”, do espanhol, pela palavra “soma” ao longo do texto, o que resultou em erro na tradução da expressão “de suma importância” por “de soma importância”.

Na tradução de um texto de engenharia do espanhol ao português, usou-se o recurso Localizar e Substituir para, substituir a palavra em espanhol “largo”, referente a medidas, pelo correspondente em português, “comprido”, o que resultou na tradução errada da expressão “a lo largo del tiempo” por “ao comprido do tempo”.

Além de substituir palavras, podemos substituir combinações frequentes como, por exemplo, “haga clic en el botón” por “clique no botão”. Não recomendo utilizar o recurso Localizar e Substituir para traduzir do espanhol ao português os encontros de preposições e artigos pelas respectivas contrações em português. O exemplo a seguir mostrará o que pode acontecer.

Na tradução de um texto do espanhol para o português usou-se o recurso Localizar e Substituir para traduzir “en el” pela contração “no” e as palavras “de los” pela contração “dos”. 

Posteriormente, substituiu-se o advérbio negativo “no” por “não” e o numeral “dos” por “dois”. 

Resultado:
Ao substituir o advérbio negativo “no” por “não” também substituiu-se a contração “no”, em português, por “não”. Ou seja, a frase “clique no botão”, por exemplo, virou “clique não botão”. E ainda, a locução adverbial adversativa "No entanto" virou "Não entanto".

Por outro lado, ao substituir o numeral “dos” por “dois”, substituiu-se também a contração, em português, “dos”. Assim a frase “faça a manutenção dos equipamentos” ficou “faça a manutenção dois equipamentos”.


Fica a dica!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Guia de software para tradutores (em espanhol)



Antigamente o trabalho do tradutor era muito mais laborioso, imagine como seria seu trabalho sem o auxílio do computador e pior: sem a Internet... fique calmo! é apenas uma situação hipotética… Bem, eu sou do tempo da máquina de escrever, o que já significa um grande avanço se tivermos em conta os colegas que traduziram à luz de vela e que usaram uma pena para escrever.


Lembro-me bem da primeira vez que usei um computador no trabalho, mais especificamente, de quando usei um editor de texto pela primeira vez. Fiquei maravilhada!!! “Quer dizer que se eu errar, eu posso voltar atrás clicando nas teclas ctrl + Z?”. Que Super-homem, que nada! “Control Z”, isso sim é um verdadeiro nome de super-herói!


E quando conheci o corretor de texto? Sabe aquele pessoal dos reality-shows americanos que só sabem dizer: “Oh, my God!” E quando eu soube que poderia imprimir tantas cópias como quisesse???


Também não sai de minha memória um certo dia, em 1997 - naquela ocasião meu marido e eu morávamos numa cidade do interior do Amazonas - quando vi na capa da revista Veja a notícia de que uma rede virtual conectaria usuários dos mais diversos pontos do planeta, e que logo todo mundo poderia acessar essa rede a partir de seu lar por meio de um computador pessoal. “Ah, é, vai nessa!” – foi o que pensei.


Poucos meses depois eu mesma acessaria essa rede desde nossa casa no interior do Amazonas, por meio de uma conexão discada. Eu conseguia falar com minha irmã, na Espanha, com meu pai, no Paraguai, num piscar de olhos, ou melhor, com apenas alguns cliques, parecia mágica!!!




Mas voltemos ao tempo em que não havia nada disso, não ao tempo da vela e da pena, que aí já é demais, avancemos alguns séculos até chegar ao tempo da máquina de escrever e da fotocópia. Já pensou como seria naquele então ter de traduzir um manual sobre mineração? ou ter de traduzir um trabalho acadêmico de medicina sobre o processo de desmame da ventilação mecânica? só para ilustrar... ou ainda, como seria traduzir o conteúdo de um site sobre programação? Ahá, peguei você, que conteúdo de site? esqueceu-se de que voltamos ao tempo da máquina de escrever? Só para ver se você estava prestando atenção no que estou dizendo…
Pense como seria traduzir um desses documentos. No mínimo, você precisaria passar dias entre livros, em bibliotecas e livrarias especializadas, contatar profissionais e especialistas (por telefone, carta ou telegrama, lembre-se de que não havia e-mails, nem Face, nem whatsapp naquela época). Você ficaria muito feliz se a biblioteca lhe permitisse tirar uns “xeroxes”, isso era o que havia de mais avançado! 


Aonde quero chegar com tudo isso? Ao fato de que não podemos viver alheios aos avanços tecnológicos, precisamos tirar proveito dessas facilidades. Nunca antes na história desse país...(argg!) a informação esteve tão acessível.

Quem diria que aquela jovenzinha perplexa com a notícia da capa da revista teria um dia seu próprio blog? E quem diria que um dia ela seria tradutora numa empresa de tecnologia? Improvável? A realidade diz o contrário…


Não “manjo” muito de tecnologia, mas estou sempre tentando aprender algo… “fuçando” novidades, lendo instruções, instalando, experimentando e sei que estou apenas engatinhando e que ainda tenho muito que aprender.


Numa dessas minhas viagens pelo mundo virtual descobri o blog Jugando @ traducir de um colega de profissão, Rafael López Sánchez, espanhol de Granada que manja muito de tradução profissional, tradução audiovisual, ferramentas e formação. Em sua página de apresentação, Rafael adotou como lema a frase de Sóflocles: “La obra humana más bella es la de ser útil al prójimo”, que, aliás, vem a calhar com algumas discussões que tenho visto em grupos de tradutores sobre ajudar ou não os colegas de profissão. Não vou dizer o que penso a respeito, porque acho meu blog já responde a essa pergunta.  


Voltando a Rafael, ele fez um trabalho muito louvável: reuniu toda a informação que conhece acerca das ferramentas úteis ao tradutor e publicou em seu blog o Guía de Software para Traductores, disponível gratuitamente para baixar em formato .pdf. 

 
O guia é muito bem elaborado; visualmente agradável, em linguagem simples, clara e objetiva. Reúne recomendações sobre ferramentas e instalações físicas, tais como computador ou notebook, acessórios, ambiente de trabalho, bem como sobre os principais programas e ferramentas: processadores de textos, revisores, compactadores de arquivos, gerenciadores de downloads, conversores e editores de .pdf, navegadores, antivírus, ferramentas para os legendadores profissionais e informações sobre ferramentas CAT. Tudo muito bem organizado e com as devidas referências.

Não deixe de prestigiar!