sexta-feira, 30 de junho de 2017

O portunhol na tradução do português ao espanhol

Primeiramente, quero deixar claro que não tenho nada contra o “portunhol” como tentativa amigável de estabelecer comunicação com nossos “hermanos”, seja na praia, no comércio ou num bar, nesses casos, considero louvável todo esforço para interagir e relacionar-se.

Já nas traduções do português ao espanhol, devemos evitar a todo custo a interferência de nossa língua materna. Nas traduções do português ao espanhol abundam os empréstimos léxicos e gramaticais, os falsos amigos e as interpretações e traduções erradas ou imprecisas que comprometem a qualidade do trabalho e a imagem de empresas que utilizam traduções com esse tipo de problemas.

Hoje vamos nos ater aos empréstimos lexicais. Como o português e o espanhol são muito parecidos, há uma tendência à generalização das regras de formação de palavras, o que resulta em vocábulos aparentemente corretos, mas que na verdade não o são, ou ao menos, não com o sentido que lhes atribuímos.

Acompañamiento = usa-se no sentido de acompanhar, estar junto a algo, como, por exemplo, “acompañamiento musical”, ou um “acompañamiento” para uma comida. No sentido de supervisão ou monitoramento é preferível a forma “seguimiento”. O termo “acompañamiento” também é usado em alguns contextos específicos, como, por exemplo, na educação. O “acompañamiento pedagógico”, por exemplo, refere-se ao processo em que um docente experiente acompanha um docente principiante para orientá-lo e apoiá-lo.

Atendimiento = consta no dicionário, mas é uma forma em desuso. A forma predominante é "atención". Do mesmo modo, não existe o adjetivo "atendiente" em espanhol, a pessoa que atende no balcão de uma loja é o "encargado" ou "vendedor", e a que trabalha num serviço de atendimento telefônico é chamada de "agente".

Fornecimiento = não se usa no sentido de prover algo, nesse sentido, usa-se “suministro”, “provisión” ou “aprovisionamiento”. A palavra “fornecimiento” existe em espanhol, mas não com o mesmo sentido que em português, é uma forma arcaica que fazia referência ao reparo de um castelo ou fortificação.

Desenvolvimiento = no sentido de progresso, evolução, realização ou crescimento, diz-se “desarrollo”. Assim, Banco Interamericano de Desenvolvimento em espanhol é “Banco Interamericano de Desarrollo”. Em espanhol, o termo “desenvolver” se emprega predominantemente no sentido de desembrulhar, esclarecer, ou ainda, no sentido de agir com desembaraço.

Agendamiento = embora se admita o verbo “agendar” no sentido de marcar uma data com antecedência, não existe o termo “agendamiento”, o equivalente seria “programación”.

Investimiento = “investir” em espanhol significa conferir uma dignidade ou cargo importante “Lo invistieron con/de los honores del cargo”, mas não se usa no sentido de aplicar dinheiro, com esse sentido, usam-se o verbo “invertir” e o substantivo “inversión”.

Credenciamiento = outro vocábulo que não existe, o correto é “acreditación”.

Aprimoramiento = também não existe este termo, os equivalentes em espanhol são o verbo “perfeccionar” e o substantivo” perfeccionamiento”.

Amador = não se usa como antônimo de profissional. “Amador” em espanhol equivale a “que ama”, “amante”, por exemplo “un hombre ávaro es un amador del dinero”. Para referir-se a uma pessoa que se dedica a uma arte ou ofício por gosto ou curiosidade, usa-se “aficionado”.

Efecto estufa = a forma predominante é “efecto invernadero”.

Experiente = para referir-se a alguém com muita prática em alguma coisa, usa-se “experto”, “con amplia experiencia” ou “experimentado”.

Cansativo = no sentido de extenuante, diz-se “cansado”, por exemplo, “Ir de São Paulo a Fortaleza en coche es un viaje muy cansado”. Já na Argentina não se diz "cansado", mas sim "cansador".

Envolvido = não existe este termo em español. O participio de “envolver” é “envuelto” e equivale a “embrulhado”. No sentido de estar ligado ou de participar de uma situação, usa-se “implicado” ou “involucrado”.

Senso común ou senso de humor = em espanhol se diz “sentido común” e “sentido del humor”.

Cartón de crédito = a forma correta é “tarjeta de crédito”.

Sacar dinero en la caja electrónica = “realizar un retiro en el cajero automático”.

Hacer un saque = “realizar un retiro”. Na Argentina, a operação de saque se chama "extracción de dinero o fondos" e em linguagem coloquial, simplesmente, "sacar plata".

Pagamiento = a forma correta é “pago”.

Estagiario = em espanhol se diz "pasante" ou “profesional en prácticas”. Prefira não usar “practicante” com esse sentido, porque esse termo é de uso restrito a alguns países como Colombia e Peru, em outros países, como Espanha, o termo practicante se refere à pessoa que pratica uma religião ou à pessoa que aplica injeções ou medicamentos numa farmácia ou posto de saúde. Para estágio, escolha entre "prácticas" ou "pasantías".

Trabajar con cartera firmada = tradução literal sem sentido, em espanhol se diz “trabajar en plantilla”, ou seja, como contratado. Um profissional “de plantilla” é aquele que trabalha com carteira assinada, com contrato.

De brinde = em espanhol não se diz “de brinde”, mas sim “de regalo”.

También no = não existe essa forma, o correto é “tampoco”.

Ganar una bolsa de estudios = a forma correta é “obtener una beca”.

Ser demitido = em espanhol o verbo “dimitir” é intransitivo, ou seja, ninguém “dimite” ninguém, “dimitir” equivale a renunciar, pedir a conta. Assim, podemos dizer “el fiscal dimitió” se foi ele que renunciou ou “el fiscal fue despedido” se ele foi demitido.

Estoy con hambre = em espanhol não se diz “estar con hambre” ou “estar con sed”, diz-se “tener hambre” e “tener sed”. Assim, a forma correta é “tengo hambre”.

Ser casado = a forma correta é “estar casado”.

Atenciosamente = atentamente.

Estoy torciendo por ti = não faz sentido em espanhol, a não ser que você esteja literalmente torcendo alguma coisa para alguém. No sentido de desejar o bem de alguém, podemos dizer “Te deseo lo mejor/suerte/éxito”.

Tiene demostrado = em espanhol a forma composta do pretérito perfeito constrói-se com o verbo auxiliar “haber”. Assim, o correto seria “ha demostrado”.

No va más a exigir =a construção correta em espanhol é “ya no va a exigir” ou “ya no exigirá”.

Cuidado também ao empregar vocábulos que já estão dicionarizados em português, mas que ainda não se assentaram no espanhol, como, por exemplo “viabilizar” e “disponibilizar”, prefira “hacer viable” e “poner a disposición, facilitar, suministrar, ofrecer”, respectivamente.

Garantir = esta forma não é portunhol, existe, mas se restringe a alguns países como Argentina e Uruguai, onde se usa em todos os tempos e pessoas da conjugação (le garanto que sí), nos demais países hispanófonos predomina a forma “garantizar”.


segunda-feira, 26 de junho de 2017

Píldoras de español: gerundio partitivo, uso incorrecto


Antes de todo, vamos a dejar claro que el gerundio no es ninguna plaga que hay que combatir, esta forma no personal del verbo, cuya terminación es –ndo puede formar perífrasis verbales para indicar algo que aún no ha terminado, como, por ejemplo está lloviendo; puede indicar simultaneidad, estudió escuchando música y también puede adquirir carácter adverbial de modo en determinados contextos, como saludó sonriendo. Así que el gerundio es un recurso muy útil y expresivo, cuando bien empleado.

Vamos a mostrar ejemplos de un caso bastante frecuente de empleo incorrecto del gerundio y las formas de evitarlo.

Gerundio con valor partitivo, para modificar una parte de un todo:

Hay una veintena de países hispanohablantes, siendo México el más poblado.
Hay una veintena de países hispanohablantes, entre ellos/de los cuales México es el más poblado

Había veintidós personas en la patera, siendo seis bebés.
Había veintidós personas en la patera, seis de ellas bebés.
Había veintidós personas en la patera,  y seis de ellas eran bebés.

España es un país con un clima cálido, teniendo Andalucía las temperaturas más altas.
España es un país con un clima cálido, y Andalucía la comunidad con las temperaturas más altas.

Londres tiene muchos museos, siendo el Británico el más visitado.

Londres tiene muchos museos, de los cuales el Británico es el más visitado.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Palavras raras: estraperlo

Nada mais certo do que afirmar que a língua está viva, ela é a maior manifestação cultural de um povo, pois registra todas as transformações e inovações da sociedade. Nosso léxico reflete nossa forma pensar e nossa forma de ver o mundo.

Hoje vamos conhecer a curiosa origem do termo espanhol estraperlo, um conceito que faz referência a uma situação contextual muito concreta. Este termo surgiu na Espanha, durante o período da segunda república, devido a um escândalo de corrupção relacionado a um jogo fraudulento.

O termo straperlo, surgiu da fusão do nome de seus dois inventores: Strauss e Perlo. Era um jogo de azar adulterado, semelhante a uma roleta. A bola e o cilindro dos números eram acionados através de um botão controlado por um mecanismo de relojoaria, que permitia que o banqueiro ganhasse sempre.

Entre maio e agosto de 1934, seus artífices tentaram introduzi-lo na Espanha e, para isso, precisaram resolver tramitações que deveriam autorizar seu uso legalmente, mas isso não ocorreu.
  
O jogo, proibido na Espanha de 1935, poderia ter sido introduzido graças á propina recebida por certas personalidades para que facilitassem seu estabelecimento.
O “escándalo del estraperlo” veio à luz em outubro de 1935, devido à denúncia apresentada por Daniel Strauss mediante a qual exigia uma “indenização” pelo prejuízo resultante da instalação do jogo e pelos subornos que ele afirmava ter pagado a políticos do Partido Republicano Radical. 

O escândalo envolveu o presidente do governo, Lerroux, que acabou sendo obrigado a renunciar.

A partir desse escândalo, a palavra estraperlo se tornou sinônimo de trapaça, tramoia ou negócio fraudulento. Assim, por extensão, o termo serviu para referir-se ao comércio ilegal (mercado negro), no período de pós-guerra civil, dos artigos controlados pelo Estado sujeitos a racionamento (decretado pelo regime de Franco de 1936 a 1952) e que tiveram seus preços superfaturados no comércio clandestino.

Atualmente o termo aparece registrado no dicionário da RAE, da seguinte forma.

Estraperlo

De Straperlo, nombre de una especie de ruleta fraudulenta que se intentó implantar en España en 1935, y este acrón. de D. Strauss y J. Perlowitz, sus creadores.

1. m. coloq. Comercio ilegal de artículos intervenidos por el Estado o sujetos atasa.
2. m. coloq. Conjunto de artículos que son objeto del estraperlo.
3. m. coloq. Chanchullo, intriga.

de estraperlo
1. loc. adj. Comprado o vendido en el estraperlo.
2. loc. adv. Dicho de comerciar: Ilegalmente, de manera clandestina.


Exemplo de uso atual:

Es el mismo aparato del Estado el que suministra el mercado negro, la candonga, como llaman aquí al estraperlo. No hay comerciantes, sino candongueiros, que cargan con generosidad en sus ventas el riesgo y el peligro de su actividad.”  Terres, J. Z. (9 de diciembre de 1984). Hambre, sequía y guerra en Mozambique. El país. Recuperado de http://elpais.com/diario/1984/12/09/internacional/471394806_850215.html


es.wikipedia.org
www.eumed.net
etmologias.dechile.net

terça-feira, 20 de junho de 2017

Como organizar seus arquivos

Hoje vamos falar de um assunto que pode parecer óbvio, mas que é muito importante, sobretudo para o tradutor iniciante que ainda não tem muita experiência: a importância de organizar adequadamente sua estrutura de arquivos e pastas.

Imaginemos um tradutor que tenha uma média de cinco clientes assíduos que enviem uns dez documentos por mês cada. Num mês teremos 50 documentos; num ano, 600; em dois, 1.200; e assim por diante. Agora imagine que nesse meio tempo você conquiste novos clientes, novos pedidos, e num belo dia alguém lhe peça a tradução de um contrato de prestação de serviços muito semelhante àquela que você fez no início do ano passado, mas que você não faz a mínima ideia de onde salvou, se é que ainda conserva esse documento.

Nessas horas a organização dos trabalhos em estrutura de arquivos e pastas é fundamental. Existem inúmeras maneiras de organizar e nomear seus arquivos, o principal é seguir um padrão que permita localizar seus documentos da maneira mais ágil possível e habituar-se a seguir o mesmo procedimento em cada novo trabalho.

Vou mostrar como exemplo a estrutura que uso, organizada basicamente em Empresas > Anos > Meses > Ordens de serviço (Projetos). É claro que cada tradutor pode e deve montar sua própria estrutura da forma que melhor lhe convenha, mas para quem não sabe como começar, este modelo pode ajudar:

Clique na figura para ampliá-la
No meu caso, tenho uma pasta chamada “Tradução”, subdividida em “Empresas”; onde cada pasta se subdivide em “Anos”; cada ano, em “Meses”; cada mês em “Ordens de Serviço”, e finalmente, cada ordem de serviço em “Original” e “Tradução” e, em ocasiões, a pasta “Material de apoio”, em que guardo instruções, modelos, etc.

Na pasta de cada empresa também tenho algumas subpastas, como, por exemplo, “Notas Fiscais”, que, por sua vez, é organizada em anos > meses, e a pasta “Documentos”, em que guardo, por exemplo, o contrato de confidencialidade, as tabelas de controle de pagamentos, o teste de admissão, etc. Os glossários, eu salvo à parte, numa pasta chamada “Glossários” e organizada por temas ou clientes, conforme a conveniência.

Quando recebo um documento, sigo sempre o mesmo procedimento:

  1. Baixo o arquivo, abro-o e verifico o número de palavras.
  2. Confirmo o recebimento respondendo no mesmo e-mail.
  3. Salvo o documento em sua respectiva pasta (Traduções > Empresa > Ano > Mês > OS > Original).
  4. Uma vez que salvei o original, seleciono todo o texto (Ctrl+T) e aplico o idioma de revisão, por exemplo, “Espanhol internacional”, e salvo o documento na respectiva pasta (Traduções > Empresa > Ano > Mês > OS > Tradução).
  5. Aplico um zoom confortável, 140%, por exemplo, e começo a traduzir sobrescrevendo o texto, assim não corro o risco de deixar nada para trás.
  6. Passo o revisor automático e releio minuciosamente a tradução.
  7. Envio o documento traduzido e peço a confirmação do recebimento.
  8. Anoto os detalhes do trabalho (nome do documento, data de entrega, número de palavras, valor) em minhas tabelas de controle, tenho uma para cada empresa.

Cinco regras de ouro para organizar seus arquivos:

1. Conserve sempre a versão original intacta do documento.

Pode ocorrer, por exemplo, que o original tenha passado por várias revisões ou alterações antes de chegar a suas mãos, e que você tenha recebido a versão errada. Suponhamos que alguém lhe cobre “está faltando a tabela do slide 32”, você poderá provar que o documento que você recebeu (e salvou intacto) não tinha essa tabela. Além disso, você precisará das duas versões (original e tradução) para criar seus glossários e também como fonte de consulta futura.

2. Não renomeie os documentos, a menos que você receba instrução em sentido contrário.

Imagine que o cliente não entende a língua para a qual você traduz, nesse caso, a única referência dele será o nome do arquivo no idioma original. Então, se o projeto tem 10 arquivos e você traduziu o nome de todos, ele perderá esse referencial.

3. Padronize sua estrutura e siga-a rigorosamente, faça disso um hábito.

Não faz diferença se o texto tem somente 200 palavras, siga o mesmo padrão para todos os projetos, habitue-se a aplicar sempre o mesmo procedimento, a organização e a rotina são fundamentais em nosso trabalho.

4. Utilize nomes autoexplicativos.

É muito importante usar nomes autoexplicativos para as pastas que contém os arquivos, para que você possa localizá-los facilmente no futuro. Imaginemos que você tenha que localizar o contrato de prestação de serviços ao qual nos referimos no início. O número da ordem de serviço, OS-2027, certamente não ajudará a localizar o arquivo, mas sim OS_2027_contrato_de_prestacao_de_servico (evite usar caracteres especiais e separe as palavras com sublinhado para evitar incompatibilidades com outras plataformas). Lembre-se de que estamos referindo-nos aos nomes das pastas, pois o nome dos arquivos deve ser mantido tal como no original.

5. Crie cópias de segurança.

De nada adianta organizar seus arquivos religiosamente durante dez anos se você não criar cópias de segurança. Faça disso também um hábito.

domingo, 11 de junho de 2017

Minha primeira experiência com a tradução literária - 1ª parte

Olá, meus queridos leitores!

Fazia tempo que não escrevia no blog... As últimas publicações abordaram algumas questões gramaticais, algumas ferramentas úteis para o tradutor, regionalismos, etc. Mas há tempo estou me segurando para compartilhar uma experiência pessoal, e como boa geminiana que sou, minha ansiedade tem um limite que já foi totalmente ultrapassado e agora que comecei a escrever sobre o assunto, o céu é o limite!

Se precisarem ir ao banheiro ou tomar uma aguinha vão logo, porque estou sentindo que a matraca vai tomar conta... preparem os ouvidos, ou melhor, os “zoios”... e desculpem as bobagens, mas quando fico empolgada, fico meio abobalhada.

Vamos lá, tudo começou num belo domingo, no dia 10/05/2016, para ser mais precisa, acabei de recuperar essa informação em minha base de dados e fiquei abismada ao ver como o tempo voaaaa! Ontem fez um ano! É muita coincidência, e nem acredito que aguentei todo esse tempo sem falar no assunto no blog, bati meu record de paciência oriental!

Prossigamos, um belo domingo, em Fortaleza — havíamos tirado uns dias para fazer uma viagem em família e curtir um parque aquático com os nossos filhos —, quando acabamos de tomar café, e peguei meu notebook para dar uma olhada nos e-mails (tradutor que se preza leva sempre junto o bichinho), é uma espécie de tique nervoso olhar a caixa de mensagens...

Então dou uma olhada por cima, e meus olhos estacionam numa mensagem com título “Notificação” — é com esse nome que chegam as mensagens que recebo através do blog —, já fiquei curiosíssima e fui logo abrindo a mensagem. Quando terminei de ler, quase caí dura, a filial brasileira de uma editora espanhola estava me contatando para saber se eu queria fazer um teste de tradução de literatura infantojuvenil!!! Meu coração disparou e quase saiu pela boca. Puxa, eu estava numa viagem em família, mas era a oportunidade que eu estava esperando desde a maternidade!!!

E agora, José?! Expliquei para meu marido, que não se chama José, mas sim César — eu estava fazendo uma referência ao poema de Carlos Drummond de Andrade, sacaram? —, Que bobagem... mas agora que a matraca se soltou, ninguém segura. Enfim, expliquei ao meu marido a importância daquele teste e, como sou uma mulher de sorte que tem uma família maravilhosa que a apoia, fiz o teste naquele mesmo dia, com um superfriozão na barriga, mas com muita esperança no coração.

INSANO

Se eu estava insegura? É óbvio!!! Mas, se no dia anterior eu havia descido num tobogã aquático de 40 metros de altura chamado “INSANO” e havia sobrevivido, nada abalaria minhas estruturas.

Fiz o teste da melhor maneira que pude, reuni todos meus pensamentos positivos e cliquei em “Enviar”, e que fosse o que tivesse que ser, porque havia dado meu melhor.

Passaram-se uns dias e, quando já estava à beira de um ataque de nervos... 





Tchan tchan tchan tchaaaann, recebi a resposta de que meu teste havia sido aprovado junto com a proposta para traduzir dois livros de literatura infantojuvenil. Tentei me controlar para que não achassem que eu havia fugido dum hospício, mas o fato é que eu estava mais feliz que pinto no lixo e não cabia em mim de tanta felicidade.


Realizem! Quando eu era pequena eu viajava na maionese lendo meus livros, ficava lá em meu mundinho sonhando acordada, cheguei a ler sete vezes o mesmo livro e agora eu ia para o “lado de lá”, é como se um portal mágico estivesse se abrindo para mim...

(continua)

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Uso das conjunções “siempre que” e “mientras”


Em espanhol, as conjunções “Siempre que” e “mientras” podem exigir tanto o modo indicativo quanto o subjuntivo, dependendo do valor que assumem.

Valor temporal

Quando empregadas com valor temporal, “siempre que” equivale a “toda vez que/cada vez que”, e “mientras” equivale a “enquanto”, indica uma ação que acontece simultaneamente a outra, nesses casos, tais conjunções pedem o modo indicativo.

Exemplos:

Se pone muy nerviosa siempre que viaja en avión.
Siempre que habla de su tierra natal se pone nostálgico.
El usuario puede cambiar la configuración siempre que quiera.
Los niños hacen mucho alboroto siempre que nieva.
Me gusta oír música mientras plancho la ropa.
Alrededor del 20% de la población sufre paradas respiratorias mientras duerme.
Mientras la mayoría lo critica, algunos lo defienden con uñas y dientes.
La OMS señala que hay que dar pecho a los niños mientras reciben las vacunas: de este modo se reduce el dolor.

Valor condicional

Con valor condicional, “siempre que” e “mientras” equivalem a “desde que/uma vez que/com a condição de que/se/caso”, dependendo do contexto, e pedem o modo subjuntivo.

Podremos votar otra vez, siempre que todos estén de acuerdo.
La respetaré, siempre que me respete.
Siempre que todos colaboren, nadie saldrá herido.
Te prestaré dinero, siempre que me lo devuelvas a fin de mes.
Nadie se enterará, mientras mantenga la boca cerrada.
Mientras no termines la comida, no saldrás a jugar.
Aceptará las condiciones, mientras no tenga que ir a juicio.

No renovará su contrato, mientras no le aumenten el sueldo.