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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

4 canais sobre tradução no YouTube

Hoje vou apresentar cinco canais sobre tradução que eu sigo no YouTube e que vale a pena conferir! 

Estes canais têm em comum o fato de terem sido criados por tradutores, e não por agências de tradução ou editoras, o que lhes dá um toque mais pessoal.

Se você tiver outras sugestões, deixe seu comentário.


Com 132 vídeos, este é um canal pessoal da tradutora Laila Rezende Compan, utilizado para complementar as dicas do blog Tradutor Iniciante para ajudar os tradutores que estão começando a carreira, e também para ajudar quem pretende ser um tradutor profissional, além de dicas para mulheres e alguns vídeos extras sobre diversos temas.




Com 44 vídeos, este é o canal da experiente tradutora Natalie Gerhardt, com dicas sobre tradução literária, mercado editorial, resenhas, etc.




Com 107 vídeos, este é o canal do tradutor Juliano Timbó Martins, onde ele compartilha dicas sobre o interessantíssimo mercado da tradução. Descubra mais sobre esta profissão e este mercado em constante crescimento.




Com 15 vídeos, este é o canal da experiente tradutora Ivone Benedetti, que atuou como tradutora durante 30 anos para grandes editoras brasileiras. Nele, Ivone dá valiosas dicas sobre a profissão. Ela também é autora do site www.editra.com.br,  dedicado a cursos e recursos para tradutores e aprendizes de tradutores.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

5 dicas para tornar-se um tradutor profissional


Não vamos falar aqui de competência linguística, condição sine qua non para ser um bom tradutor, vamos além:

1.    Capacite-se
A tradução é uma atividade que exige um alto esforço intelectual, portanto jamais a encare como um bico, como mera forma de complementar a renda. Não basta o conhecimento informal, baseado na experiência, “morei cinco anos em Londres”, é preciso investir em formação. A tradução requer conhecimento técnico e muita leitura. Somente assim você terá subsídios para justificar suas escolhas. Conhecer um pouco da história da tradução, das teorias, modalidades, ferramentas, técnicas e tendências também é um diferencial.
O bom tradutor está sempre em formação.

2.    Especialize-se
Também não basta capacitar-se, é preciso especializar-se em alguma coisa. Não adianta querer abraçar o mundo, oferecer tradução, versão, revisão, legendagem, transcrição, interpretação, e ainda “umas aulinhas de inglês”. Ou querer dominar todas as áreas de conhecimento, desde a culinária até a astronomia. É preferível ser bom em uma única coisa a ser medíocre em dez. Escolha uma ou duas modalidades de tradução e até cinco áreas de conhecimento com as quais tenha afinidade e especialize-se. 
O bom tradutor tem sempre em mente aonde quer chegar.

3.    Equipe-se
Para ter um bom desempenho, é preciso investir em bons equipamentos, móveis ergonômicos, dicionários, livros e softwares. Um ambiente organizado, bem iluminado, arejado, confortável e calmo também faz toda a diferença.
Sem falar na conexão! Invista numa operadora confiável e eficiente. Contar com uma boa conexão é crucial. Imagine a dificuldade de trabalhar com uma conexão instável que fique caindo nas horas mais inoportunas...
O bom tradutor se mune de boas ferramentas.

4.    Relacione-se
Você é tradutor? Dê-se a conhecer! Participe de associações, grupos, foros de discussão, listas de e-mail e eventos, troque figurinhas e ouça os conselhos dos tradutores mais experientes. Divulgue seu trabalho. Se possível, crie um perfil profissional nas redes sociais, um canal ou um blog, mas nunca se esqueça de que tudo aquilo que você publica reflete quem você é. “Dize-me o que publicas e te direi quem és”. Privilegie a comunicação responsiva e a qualidade dos conteúdos.
O bom tradutor é um bom comunicador.

5.    Respeite-se
Respeite a si mesmo e aos demais. Comece respeitando seus limites físicos e intelectuais, não aceite trabalhos que estejam além de suas capacidades. Valorize seu trabalho. Seja ético. Não saia por aí chorando as amarguras da profissão, falando mal dos clientes ou de outros colegas. Não se vanglorie dos erros alheios. Seja generoso com os novatos.
E, acima de tudo, respeite o texto! Não diga nada que não esteja no original nem omita informações. E, em hipótese alguma, distorça a mensagem propositalmente. Essa é uma atitude injustificável e desonesta.
O bom tradutor é ético e consciente.

Para terminar, ainda que soe piegas ou trivial: “Busque a excelência, mas antes de ser um excelente profissional, seja um bom ser humano!”.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Meus 10 livros favoritos

Hoje vou falar dos meus dez livros da vida... Primeiramente devo dizer que foi uma tarefa muito difícil escolher apenas dez entre tantos livros incríveis que já li, então escolhi aqueles que me afetaram de forma mais pessoal e que ilustram bem meus gostos literários. Salvo as capas de O sol é para todos e El príncipe feliz y otros cuentos, as demais são ilustrativas, pois já não lembro quais edições li. Algumas leituras foram em papel; e outras, em leitor digital. Falarei um pouco de cada uma delas:

    1.    Don Quijote de la Mancha, de Miguel de Cervantes
Se eu tivesse de escolher somente um livro entre todos, escolheria Dom Quixote, porque é uma obra tão abrangente que abarca praticamente todas as questões literárias e filosófico-existenciais. Em termos literários, é considerado o pai do romance moderno porque implementou a fórmula do realismo, a crítica social, além disso criou o romance polifônico, que interpreta a realidade a partir de várias perspectivas sobrepostas, combina vários gêneros, como o dramático, o conto, a fábula, a lenda, etc.; e, em termos existenciais, aborda questões, como a liberdade, a justiça e o amor. Além disso, é uma obra que reverbera em toda a produção literária universal. Cervantes conseguiu dominar o imaginário, aliar erudito e popular, realidade e ficção e condensar os ideais de justiça e liberdade na figura de um louco incauto, e é por isso que o livro é tão comovente, porque o protagonista acredita piamente em sua capacidade de mudar o mundo, ainda que tudo não passe de ilusão. 
E, como se tudo isso fosse pouco, é diversão garantida!



2.    El príncipe feliz y otros cuentos, de Oscar Wilde (tradução de Flora Casas)
Este livro é muito especial para mim, pois ele me introduziu na literatura adulta. Ganhei-o quando eu tinha cerca de dez anos como presente de minha mãe. Acostumada aos contos infantis de Christian Andersen e dos irmãos Grimm, quando li Oscar Wilde, experimentei sensações totalmente diferentes. Os contos de Wilde não tinham finais felizes, eles eram melancólicos e tristes, mas extremamente belos. Foi assim que nasceu meu fascínio pelo universo literário.
Assim como os contos de Oscar Wilde, O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, foi outro livro adulto disfarçado de literatura infantil, que marcou minha infância devido ao seu teor filosófico e poético. Desculpem meu deslize, admito que houve certa trapaça de minha parte ao enfiar mais um livro aqui... Mas convenhamos que ambos os príncipes são adoráveis...

     3.    O sol nasce para todos, de Harper Lee (tradução de Maria Aparecida Moraes Rego)
Peguei este livro emprestado na biblioteca pública de Foz do Iguaçu quando eu tinha uns 12 anos. Escolhi-o pela capa e pelo título, não fazia ideia de estar levando para casa um clássico da literatura mundial. Acho que o que mais me cativou nele foi o fato de a história ser narrada desde a perspectiva de uma criança. Este livro me fez refletir sobre algo que até então me era estranho, o racismo e a injustiça.


4.    Dom Casmurro, de Machado de Assis
Dom Casmurro é aquele livro que me conquistou pelo estilo irônico, crítico e pessimista do autor. Depois de ter lido algumas obras do ultrarromantismo brasileiro em que o amor é idealizado, como Senhora, de José de Alencar, ou A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, deleitei-me com a perspicácia de Machado, seu humor ácido, sua crítica social e as novidades estilísticas: o diálogo com o leitor, a descrição psicológica das personagens, a linguagem enxuta e a interpretação aberta que permite diversas interpretações, sem falar na imagem da mulher, livre do estereótipo da mocinha angelical e romântica.
5.    As Meninas, de Lygia Fagundes Telles
Este livro eu peguei emprestado na biblioteca de Itaituba, uma cidade do interior do Pará, onde vivemos durante dois anos. Peguei sem pretensão alguma, sem conhecer a autora, sem saber nada a respeito. Mal sabia eu que estava levando um cânone da literatura feminina brasileira para casa. E hoje me pergunto por que esta autora é relegada das faculdades de letras? Sem dúvida, uma grande injustiça. Merece destaque neste livro a forma como a narrativa é construída, a partir da perspectiva de três amigas, isto é, três focos narrativos que se alternam ao longo do livro e que nos ajudam a construir uma visão multifacetada da relação entre as personagens. Recurso semelhante, em minha opinião, ao utilizado por Mario Vargas Llosa em La ciudad y los perros, livro que também faz parte desta lista.  


6.    A Metamorfose, de Franz Kafka (tradução de Modesto Carone)
Este livro eu li na faculdade, durante o curso de letras. Apresentamos um trabalho sobre ele na disciplina de Literatura Ocidental. Fiquei obcecada pelo autor e acabei lendo outras obras suas, como O castelo, O Processo, O veredicto, Na colônia penal e Carta ao pai. Foi então que aprendi a analisar a obra de uma forma mais abrangente, a literatura como arte, os aspectos estéticos, culturais e sociais. A influência do momento histórico, a intertextualidade, a crítica literária, enfim, foi um divisor de águas entre a leitura meramente recreativa e a reflexiva. Não que a primeira seja inútil, mas a segunda nos permite ver além do senso comum.
Quanto à história em si, a transformação de um ser humano em inseto representa o absurdo e pressagia, ainda que inconscientemente, o horror que estava por vir, pouco tempo depois, nos campos de concentração, a desumanização do homem, o extermínio de seres humanos como se insetos fossem.


     7.    Los santos inocentes, de Miguel Delibes
Esta também foi uma leitura de faculdade, como parte do currículo de Literatura Hispânica. É uma obra contundente sobre a desigualdade social da Espanha rural da época franquista, pós-guerra civil. O autor denuncia de uma forma lírica a exploração e o abuso de poder dos proprietários das terras para com seus empregados, cujas vidas também lhes pertencem. O protagonista é um empregado com deficiência mental, extremamente simples e inocente, que nutre um sentimento de devoção pela ave de rapina da qual cuida, e que o acompanha nas caçadas de pombos com o patrão. O nome do livro se refere aos santos inocentes, os meninos assassinados a mando do rei Herodes, que pretendia matar Jesus entre eles. Assim são as personagens deste livro, inocentes sem livre arbítrio, até o momento em que se produz uma trágica reviravolta.

 8.    La ciudad y los perros, de Mario Vargas Llosa
Foi graças a este livro que me tornei fã do autor. Esta é mais uma dessas obras que conquista prêmios, ultrapassa fronteiras e se torna conhecida mundialmente e acaba sendo adaptada para o cinema. Quantos jovens já não fizeram parte ou desejaram fazer parte de um grupo para adquirir uma identidade, integrar-se e enfrentar juntos uma realidade adversa? Este livro conta a história de um grupo de alunos novatos de um colégio interno militar que se une para enfrentar as humilhações e castigos impostos pelos alunos veteranos. Assim como no livro As meninas, de Lygia Fagundes Telles, a narrativa é um ponto alto. Ela se dá através da alternância de monólogos interiores e de saltos abruptos entre o passado e o presente, o que torna a leitura mais desafiadora. Além disso, aborda questões que assolam não somente a sociedade peruana, mas grande parte dos países latino-americanos: a desigualdade social, o machismo e o preconceito racial para com os mestiços de índios e negros. Sem dúvida, é um ícone da literatura hispano-americana e mundial. Para saber mais, leia a resenha que publiquei aqui no blog http://www.tradutoradeespanhol.com.br/2015/11/bueno-como-hacetiempo-que-no-publico.html
      9.    As vinhas da ira, de John Steinbeck (tradução de Ernesto Vinhaes e Herbert Caro)
Esta é outra daquelas obras que deixam marcas... Também premiada, relata as dificuldades de uma família que, durante a grande depressão, se vê obrigada a abandonar a região do Oklahoma, castigada pela seca e que sofre com uma terrível tempestade de areia, para dirigir-se à Califórnia seduzidos pela promessa de trabalhos e bons salários. A obra relata a pobreza extrema das famílias de imigrantes, que além da miséria, sofrem discriminação por onde passam e que, para sobreviver, são obrigadas a submeter-se a todo tipo de humilhação e exploração. O final do livro é um dos mais comoventes que já li.


10. Los que vivimos, de Ayn Rand (tradução de Luis Kofman)
E para fechar com chave de ouro, esta lista que não se encerra aqui, pois ainda tenho muito que ler, um livro que infelizmente ainda não foi traduzido ao português, Los que vivimos, de Ayn Rand (em inglês, We the living). Li este livro no momento em que vivíamos a pré-eleição aqui no Brasil, em 2018. A história deste livro está ambientada na Rússia comunista, logo após a revolução proletária. Apesar de não ser uma obra autobiográfica, a autora sofreu na pele as amarguras do comunismo e conseguiu naturalizar-se americana após uma arriscada fuga da União Soviética. Minha família também sofreu na pele essas amarguras, meu pai fugiu da Alemanha Oriental; e minha mãe, de Cuba, junto com sua família. Assim, esta obra só veio confirmar minha convicção de que se trata de um regime nefasto, empenhado em eliminar todo individualismo em nome da coletividade, ou seja, sufocar todas as paixões e ilusões pessoais, em nome do Estado. Nas palavras da autora, “Viver para o Estado é um princípio mau e não pode levar a nada que não seja mau”. A protagonista é Kira, uma jovem determinada, ousada e apaixonada, capaz de trair seus princípios em nome do amor e da liberdade. Também dediquei uma postagem a este livro aqui no blog. http://www.tradutoradeespanhol.com.br/2018/01/acerca-del-libro-los-que-vivimos-de-ayn.html

Como a vida segue seu curso e eu continuo lendo, esta lista deve aumentar e, em algum dado momento, devo publicar uma nova lista com outros dez livros.

E você, caro leitor, gostou dessa lista? Gostaria de deixar alguma indicação ou de apresentar sua própria lista? Fique à vontade para deixar seus comentários, que os lerei com muito prazer.

sexta-feira, 29 de março de 2019

5 bons motivos para recusar um trabalho


Embora o mar não esteja para peixes, há ocasiões em que não só podemos como devemos recusar trabalhos.

Deixando de lado tarifas ou prazos incompatíveis, que por si só já justificariam um "não", eis outras boas razões para recusar um trabalho:

1)    Por inaptidão: quando a complexidade do objeto extrapola a nossa capacidade, seja por não dominarmos a área de especialidade, a variante linguística, ou ainda, a ferramenta de auxílio à tradução, é preferível renunciar a oferecer uma tradução aquém das expectativas. Não é motivo de vergonha admitir nossas limitações, pelo contrário, é sinal de profissionalismo e sensatez.

2)    Por princípios morais: em princípio não deveríamos recusar trabalhos somente por não concordarmos com o conteúdo, isso seria uma atitude preconceituosa. No entanto, há casos em que o conflito com nossas crenças, ideologia ou sensibilidade é tal que o melhor é rechaçar o serviço.

3)    Por deficiência do original: em ocasiões deparamos com textos deficientes, com problemas de redação ou de tradução. Por vezes a adequação (quando for possível mexer no texto) requer tamanho esforço que não vale a pena, além do possível comprometimento da qualidade do resultado.

4)    Por falta de informação: somente aceite um trabalho depois de conhecer todos os detalhes que podem impactar no custo, prazo e qualidade, isto é, formato do arquivo, número de palavras, par de idiomas, área de especialidade. Ainda que pareça óbvio, nunca é demais destacar. O ideal seria que você pudesse dar uma olhada no original antes de aceitar o pedido, embora isso nem sempre seja possível devido à questão da confidencialidade, daí a importância de conhecer os detalhes.

Para saber o que levar em conta antes de aceitar um projeto, clique aqui.

5)    Por último, mas não por isso menos importante, antes o contrário: por motivos de esgotamento mental e físico. Se você acaba de sair de um trabalho extenuante, pense duas vezes antes de aceitar o próximo pedido, principalmente se já estiver sentindo dores nos tendões, articulações, etc., ou sintomas de estresse, como dificuldade para dormir, palpitações, ou outros. Não sacrifique sua saúde em nome do trabalho, pois uma hora a fatura chega.

Aceitar tudo sem questionar é sinal de imaturidade, o profissional experiente é capaz de estabelecer critérios para preservar-se.

Independentemente do motivo que o levou a recusar um trabalho, nunca se esqueça de expor suas razões, desculpar-se e de agradecer a oportunidade.  

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

5 dicas para agregar valor à sua tradução


Com o mercado cada vez mais competitivo, não basta conseguir novos clientes, é preciso fidelizá-los, ganhar sua confiança e preferência para que voltem a nos procurar e nos recomendem a outras pessoas.

Mas o que significa agregar valor neste caso? 

É dar um salto de qualidade que supere as expectativas do cliente de forma a impressioná-lo positivamente.

Vejamos alguns passos simples que fazem toda a diferença:

1. Converse com o cliente, mostre que você está preparado para realizar o trabalho

Parece óbvio, mas algumas pessoas se limitam a falar de prazo e preço. Suponhamos que o cliente o tenha procurado para traduzir sua dissertação de mestrado. Coloque-se no lugar dele, lembre que ele dedicou meses a esse trabalho e que agora está confiando a tradução a um estranho. Em primeiro lugar, pergunte sobre o tema de estudo, peça para ver o resumo ou uma parte do texto e avalie sua competência para realizar o trabalho. 

Seja sincero se não se sentir seguro para realizar o trabalho. Diga que você tem a competência linguística necessária, mas que não domina a área de conhecimento. A honestidade é fundamental para ganhar a confiança do cliente. Às vezes é melhor recusar um trabalho e ganhar uma amizade.

2. Acerte os detalhes e faça perguntas relevantes 
      Se você vai traduzir para o espanhol, por exemplo, é indispensável saber qual será o público-alvo. Pergunte se deve usar o espanhol europeu, o latino, ou ainda, um espanhol “neutro”? Se possível, dê algum exemplo: “Veja, na Espanha, mestrado traduz-se como ‘máster ou maestría’, mas na Argentina, Colômbia e Venezuela, preferem ‘magíster’”.

    Acerte todos os detalhes sobre preço, prazo e forma de pagamento, para que não haja divergências posteriores. Deixe bem claro em que consiste seu trabalho, embora pareça óbvio, convém advertir, por exemplo, que não inclui a formatação de títulos, referências bibliográficas, citações, etc. A não ser, é claro, que você esteja disposto a fazer esse serviço, cobrando à parte. 

Após o início do trabalho, surgirão dúvidas mais específicas, não tente resolver tudo sozinho, deixe que o cliente participe das decisões. Faça perguntas relevantes, mas procure reuni-las num único e-mail. Não o incomode cada vez que surgir uma dúvida, afinal, você foi contratado para trazer a solução.

Exemplos de dúvidas e observações pertinentes:
  • “Observei que esta definição é própria da legislação brasileira, o que acha de adicionarmos uma explicação?”
  • “Acho que esta expressão é muito coloquial para uma dissertação acadêmica, o que acha de substituirmos por esta outra”
  • “Traduzi o nome das instituições, mas mantive o original entre parêntesis”, etc.
  • “Para a tradução da expressão X usei Y conforme a Classificação Internacional de Doenças, ICD-10 (Z30)”. É importante citar fontes confiáveis e adicionar o link ou a referência.
  • “Minhas pesquisas mostraram que o termo X é o mais usado em matéria de inteligência artificial. Seguem anexas as referências”.

3. Supere as expectativas

Caso encontre problemas no original, tais como erros ortográficos, redundâncias, incoerências, erros de concordância ou regência, etc., use o bom senso: se for muita coisa, sugira uma revisão ao cliente e estabeleça o custo desse serviço à parte; mas, se for pouca coisa, faça-o como uma cortesia, sempre com o prévio aval do cliente. É trabalhoso, mas é um grande diferencial que o ajudará a ganhar a confiança do cliente. Não pense nisso como prejuízo, mas como investimento. Cliente satisfeito é a melhor propaganda.

Se possível, entregue o trabalho antes do prazo.

4. Preze sempre pela qualidade da tradução

Entregar um texto fluido, consistente, com vocabulario preciso e adequado, livre de erros de ortografia, gramática, pontuação e ambiguidade é um aspecto crucial para agregar valor ao seu trabalho. 

5. Esteja aberto a feedbacks

Promova a retroalimentação, isto é, procure saber se o cliente ficou satisfeito. Aprenda a lidar com feedbacks negativos, aceite e agradeça, encare como uma oportunidade de melhorar. Faça escolhas conscientes e embasadas, para que você possa justificá-las em caso de questionamento. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

8 dicas antes de aceitar um projeto de tradução


1.  Avalie cuidadosamente o projeto antes de passar um orçamento: verifique a qualidade do original, o nível de dificuldade, o formato de origem, o material de referência, se houver, e se requer o uso de ferramentas de auxílio à tradução. Responda rápido, pois tempo é dinheiro e a demora pode ser interpretada como desinteresse.

2.  Para resguardar-se da inadimplência no caso de um novo cliente, verifique se há reclamações contra ele nos grupos e listas de tradutores ou peça 50% de adiantamento.

3.  Não aceite um projeto sem conhecer os detalhes. Pergunte sobre a área de especialidade, assunto, formato do arquivo, número de palavras, par de idiomas, etc. Se possível, peça para dar uma olhada no documento.

4.  Mantenha um histórico dos e-mails e fique bem atento a todos os detalhes e instruções do pedido.

5.  Tenha sempre à mão um número de telefone que permita contatar o cliente fora do horário comercial para casos de emergência. Da mesma forma, disponibilize um canal para que o cliente possa localizá-lo sempre que ele precisar.

6.  Mantenha uma cópia intacta do arquivo original e conserve os nomes dos arquivos e a estrutura de pastas tal como os recebeu. Salve constantemente seu trabalho e gere backups num dispositivo externo, como um pen-drive ou HD externo.

7.  Peça materiais de referência que possam servir como material de apoio, tais como glossários ou documentos relacionados.

8.  Cumpra sempre aquilo que foi combinado, tanto o prazo quanto o preço. Se por algum motivo você achou que cobrou abaixo do que deveria ter cobrado, assuma o prejuízo. Da próxima vez seja mais criterioso antes de enviar o orçamento. Manter a palavra é fundamental.