quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ano-novo com ou sem hífen, com maiúscula ou minúscula?




Mais um ano chega ao fim, mas as dúvidas gramaticais continuam… Ano-novo com ou sem hífen, com maiúscula ou minúscula?


Segundo o Novo Acordo Ortográfico, “a letra maiúscula também deve ser usada em nomes de festas e festividades, como Natal, Páscoa, Ramadã e Todos os Santos”, por tanto, Ano-novo se escreve com maiúscula. Mas, atenção, em palavras compostas como Ano-novo, somente o primeiro elemento é escrito com maiúscula. 


Quanto ao uso ou não do hífen, as duas formas são corretas: 


Grafa-se com hífen — Ano-novo — no sentido de “virada do ano”, também chamada de Réveillon (do francês — acordar, despertar), festejos que costumam acompanhar a ceia e a passagem do ano.

Grafa-se sem hífen e com minúscula — ano novo — no sentido literal, isto é, quando se refere aos doze meses do novo ano que está chegando, ao ano inteiro. 


Para ver outras palavras que mudam de significado com hífen, clique aqui.


Em espanhol, Nochevieja é o nome dado à véspera do ano novo, ou seja, à última noite do ano, em 31 de dezembro.

Um abraço e um ano novo de paz para todos! 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Reflexões sobre profissões e alguns nomes despectivos em espanhol

Theodoor Rombouts, El charlatán sacamuelas

Recentemente li um artigo de um jornalista, do jornal espanhol ABC, que comentava sobre os modismos relacionados aos nomes das profissões e fazia um elogio aos dentistas que se anunciavam como tais nos classificados do jornal, em lugar de usar os títulos de “odontólogos” ou “estomatólogos” (do grego "stoma", boca). Muitas pessoas acham que “estomatólogos” são os médicos do estômago e não dentistas.

E assim ele continuava o desabafo, dizendo que agora os “consejeros delegados” das empresas são os “CEO”; que os “Jefes de Personal” são os “Directores de Recursos Humanos”; os “Jefes de Prensa”, “Directores de Comunicación”; e os “relaciones públicas”, “Directores de Relaciones Institucionales”.

Aqui no Brasil não é diferente, agora os treinadores são "coach", os corretores são os “agentes ou consultores imobiliários”. Tradutor agora é “consultor de assuntos linguísticos”, pedagogo é “consultor de avaliação em projetos educacionais”, organizador é “consultor de organização de guarda-roupas ou personal organizier”, feirante é “consultor de assuntos hortalísticos”, catador é “consultor de reciclagem” e por aí vai...

Eu fico me perguntando se uma pessoa comum que precisa de um serviço de tradução vai procurar no Google por um tradutor ou por um consultor de assuntos linguísticos? Há outras profissões que são verdadeiros mistérios, os "brokers", por exemplo; nos mercados financeiros, são operadores individuais; no setor de transporte marítimo, intermedeiam fretamentos; numa empresa ou indústria é o indivíduo que cuida das vendas, promoções, marketing, pesquisa de mercado, crédito e cobrança, armazenamento e distribuição, ou seja, é pau para toda obra. Outros que também são faz-tudo 
são os que trabalham no "staff", ou seja, na equipe de apoio, principalmente em eventos, auxiliares que podem executar as mais diversas tarefas, tais como as instalação de som e iluminação, manutenção de equipamentos de informática, cadastramento de participantes, auxílio nas apresentações audiovisuais, cafezinhos, etc. .

Os estabelecimentos também não são mais os mesmos, o açougue agora é “boutique de carne”; o famoso frango assado conhecido como televisão de cachorro virou ”rotisserie”; o salão de cabeleireiro virou “coiffeur”, e os “bota-fora” agora são “outlets”...

Bom, é verdade que não se trata apenas de embelezar o nome das profissões para atribuir-lhes mais importância, o fato é que muitas profissões evoluíram e se aperfeiçoaram juntamente com os nomes, antigamente a moça que fazia as sobrancelhas se limitava a arrancar os pelos com a pinça. Hoje as “designers de sobrancelha” fazem um estudo de sua geometria facial, definindo o formato de sobrancelha ideal para valorizar seu rosto, há cursos específicos para isso. 

Assim como em português temos apelidos pejorativos para os maus profissionais, por exemplo, para advogado, temos “chave de cadeia”, em espanhol, também temos alguns nomes despectivos consagrados para algumas profissões:

Advogados = “picapleitos
Funcionários e administradores = “chupatintas
Médicos = “matasanos
Dentistas = “sacamuelas
Policiais = “maderos
Psicólogos ou psiquiatras = “comecocos ou loqueros
Urólogos = “tocapelotas
Pedreiro = “tapabujeros
Cirurgião = “sacapotras
Trabalhador da pedreira = “picapedrero
Clérigo que se mantém assistindo a enterros = “saltatumbas”.

Antes que digam: não vai falar dos tradutores?

Não conheço um substantivo específico para o mau tradutor em espanhol, mas sim uma famigerada frase em italiano "traduttore, traditore" que significa literalmente "tradutor, traidor", que passa a ideia de tradutor como enganador.

Em espanhol exite também a expressão "trujamán" para referir-se ao ofício do tradutor, intérprete.

A palavra "trujamán" provém do árabe hispânico turguman, que designava um tipo de intérprete que atuava em transações comerciais principalmente na baixa Idade Média (séc. XIV a XV). Tratava-se de uma tradução de improviso com fins comerciais, portanto, suponho que envolvesse algumas artimanhas para superar os obstáculos econômicos e comerciais.

Pesquisando um pouco mais, vi que em "lunfardo" (gíria argentina e uruguaia) existe o termo "trucho" para referir-se a algo de péssima qualidade ou falsificado, que, por sua vez, se originaria do español arcaico "truchimán", que, por sua vez, deriva do árabe "turgumán", do qual já falamos acima, mas desta vez com o sentido despectivo de uma pessoa que assedia e seduz os extrangeiros para ludibriá-los.

Enfim, nenhuma profissão escapa aos preconceitos, assim como aos maus profissionais.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

¿Empezar, comenzar o iniciar?


Os verbos empezarcomenzar e iniciar são sinônimos em espanhol, mas existem algumas particularidades para cada um.

1)    Empezar e comenzar significam exatamente a mesma coisa. A diferença está no uso: na Espanha prefere-se o verbo empezar, deixando comenzar para textos literários. Por outro lado, na América Hispânica prefere-se o verbo comenzar.
En España, el verano empieza el 21 de junio.
En Argentina, el verano comienza el 21 de diciembre.

2)    O verbo iniciar é considerado mais culto e se usa com o sentido de “poner en marcha”, ou seja, de colocar em andamento.
El gobierno inició las negociaciones.
Los trabajadores iniciaron una huelga.
El usuario inició su sesión en el chat.
Tras iniciar la aplicación, ejecute las instrucciones siguientes.

Observação: o vocábulo “inicializar”, frequente na informática, é uma imitação do inglês (initialize), já foi recolhido pelo dicionário da RAE, e significa preparar um programa para trabalhar com ele.

3)    Os verbos empezar e comenzar formam locuções com o infinitivo; o verbo iniciar, não:
Casillas empezó a jugar en el Real Madrid en 1990 (= comenzó a jugar, mas não inició a jugar)

4)    Os três verbos constroem-se do mesmo modo quando são transitivos diretos, ou seja, quando a ação recai sobre um objeto direto:
Juan comenzó su trabajo.
Juan empezó su trabajo.
Juan inició su trabajo.

Mas, quando usados como intransitivos, isto é, sem objeto direto, constroem-se de forma diferente, porque o verbo iniciar, nesse caso, é pronominal; ou seja, exige preposição.

Vejamos os exemplos:
La reunión comenzará/iniciará en dos horas.
La reunión se iniciará en dos horas. (intransitivo pronominal)

5) A construção ponerse a + infinitivo também significa "começar", usa-se para referir-se a algo que ocorre inesperadamente, de forma espontânea:
De pronto el cielo se oscureció y se puso a llover torrencialmente.
El niño se cayó y se puso a llorar.
Cuando terminó su discurso, todos se pusieron a aplaudir.


sábado, 26 de dezembro de 2015

Resenha do livro "La invención de Morel", de Adolfo Bioy Casares



Acabei de ler o livro La invención de Morel, do argentino Adolfo Bioy Casares, do qual ainda não havia lido nada e fiquei muito impressionada. 

É uma pena que a leitura não seja um hábito no Brasil, além do pouco valor dado à literatura nacional, também não estudamos a literatura hispano-americana, tão rica, com autores que conseguiram consagrar-se do outro lado do oceano, mas que não conseguem um espaço no vizinho lusófono. Não creio que o problema seja a barreira idiomática, pois temos ótimos tradutores. Acho que o problema é mesmo a falta de estímulo à leitura e a visão da literatura como frivolidade.

É lamentável, porque há sensações que só conseguimos experimentar através da leitura... Enfim, deixemos de lado as lamúrias e vamos direto ao ponto.

Para começar, quero dizer que li o livro em formato eletrônico, no Kindle. Em outra oportunidade pretendo falar da leitura eletrônica e de suas vantagens para aqueles que ainda torcem o nariz, assim como eu o torcia.

Logo ao ler o prefácio, já me chamou a atenção a qualidade do texto e da argumentação, não era um simples prefácio, era “o prefácio”. O prefácio começa registrando o desabafo do escritor Stevenson, autor de “O Médico e o Monstro” (1886), que afirma que o leitor inglês desdenha as peripécias e o romance de aventuras. A seguir, o autor do prefácio refuta o escritor e filósofo, Ortega y Gasset, autor de “La desumanización del arte” (1925); que defende a superioridade do romance psicológico sobre o romance de aventuras, ao afirmar que hoje é muito difícil inventar uma aventura capaz de despertar nossa sensibilidade superior e que o prazer das aventuras seria inexistente ou pueril.

Após defender romance de aventuras, o autor do prefácio conclui seu argumento com a seguinte afirmação “He discutido con su autor los pormenores de su trama, la he releido; no me parece una imprecisión o una hipérbole calificarla de perfecta.”, Jorge Luis Borges.

Um prefácio de Jorge Luis Borges dizendo que a obra é perfeita é mais do que suficiente para deixar qualquer leitor empolgado. De certa forma, o prefácio de Borges está para o gênero novela ciência-ficção, assim como o Prefácio de Cromwell (1827), de Vitor Hugo, está para o drama romântico. Comecei logo a leitura com muita expectativa.

A história é narrada em primeira pessoa por um foragido da justiça, condenado a prisão perpétua, que se diz inocente, vítima de um erro do sistema judicial. Para escapar da condenação, o narrador foge num bote rudimentar até uma ilha deserta, a qual teria sido infestada por uma estranha doença que mata de fora para dentro, o que tornaria o local um refúgio idôneo.

A parte alta da ilha possui umas construções abandonadas, imponentes e misteriosas: um museu com uma biblioteca e um aquário, uma piscina e uma capela. No sótão do museu há um sala misteriosa com paredes azuis e máquinas que ele não sabe para que servem, também há uma bomba d´água e um gerador de energia, há ainda uma construção subterrânea octogonal com câmaras simétricas que remetem a um abrigo antibombas. A rotina na ilha é muito árdua, o protagonista precisa enfrentar constantemente as marés, os animais, as doenças e cuidar da manutenção da bomba e do gerador.

De repente, sua rotina é quebrada pela presença inusitada de um grupo de veranistas que parecem estar ali a passeio. Eles se instalam na parte alta da ilha, no museu. Isso dificulta sobremaneira a vida do fugitivo, que acredita possa se tratar de uma conspiração para prendê-lo; assim, ele se vê obrigado a ficar na parte baixa da ilha frequentemente é inundada pelas marés e a alimentar-se de raízes e bulbos.

Desconfiado, o foragido faz incursões até o alto da ilha e descobre uma mulher misteriosa, de aparência cigana, cujo nome é Faustine. Todos os dias ela se senta no penhasco para observar o pôr do sol, enquanto ele a observa à distância. Esse ritual se repete dia após dia, e o foragido acaba apaixonando-se pela misteriosa mulher. Essa paixão lhe desperta a esperança, e ele passa a se arriscar tentando estabelecer contato, tentando declarar seu amor, mas todas as tentativas são frustradas, pois ela parece ignorá-lo deliberadamente, fingindo que não o vê.

Os misteriosos veranistas realizam atividades repetitivas e monótonas, ouvem as mesmas músicas, repetem os mesmos gestos. Na tentativa de aproximar-se de Faustine, o fugitivo tem alguns encontros abruptos com outros membros do grupo, mas ninguém esboça reação alguma, eles parecem não vê-lo. Assim, ele chega a duvidar da existência desses visitantes, desconfiando de que sejam alucinações provocadas pelas ingestão dos bulbos e raízes. O prófugo não consegue entender essa estranha situação e percebe que há um mistério a ser desvendado.

Até que chega o dia da grande revelação. Ele presencia às escondidas uma reunião convocada pelo líder dos visitantes — o inventor Morel —, este faz uma surpreendente confissão ao restante do grupo: ele teria... tchan, tchan, tchan, tcháááán... você vai ter que ler para saber!

O nome da personagem "Morel" seria uma homenagem à obra de H. G. Wells, A Ilha do Doutour Moreau.

Narrado com maestria, num clima permanente de alucinação e mistério, este romance de ficção científica e policial é comparável a um dos melhores mestres do gênero: Edgar Allan Poe. Desde sua primeira publicação, em 1940, deu origem a diversas adaptações e recriações artísticas, entre elas, o célebre seriado televisivo Lost.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Estudo contrastivo dos sufixos português > espanhol

Uma das dificuldades dos lusofalantes e fonte comum de interferência linguística diz respeito às terminações sufixais em espanhol. Existem alguns paradigmas que ajudam a fixar a aprendizagem dos sufixos, mas sempre há exceções que não se encaixam nesses modelos. 

Vejamos, primeiramente, os principais paradigmas:

1) As formas do diminutivo em português -inho/a; em espanhol, equivalem geralmente às formas -ito/a:

Livrinho = librito
Mesinha = mesita
Gatinho = gatito
Sapatinho = zapatito

2) Palavras que em português terminam em ditongo nasal –ão; em espanhol, geralmente terminam em –ón/-án ou em -ano:
Comunicação = comunicación
Diversão = diversión
Conscientização = concienciación
Charlatão = charlatán
Capitão = capitán
mão = mano
irmão = hermano
anão = enano
(exceções: escrivão = escribiente, tabelião = notario)

3) Palavras que em português terminam em ditongo nasal –ões; em espanhol, geralmente terminam em –ones:
organizações = organizaciones
reuniões = reuniones
celebrações = celebraciones
tubarões = tiburones
leões = leones
opiniões = opiniones
(exceções: anões = enanos, vulcões = volcanes)

4) Palavras que em português terminam em ditongo nasal –ães; em espanhol, geralmente terminam em –anes:
pães = panes
charlatães = charlatanes
alemães = alemanes
guardiães = guardianes

5) Palavras que em português terminam na vogal nasal –ã; em espanhol, geralmente terminam em –ana/-ona:
alemã = alemana
irmã = hermana
anfitriã = anfitriona
hortelã = hortelana (mais conhecida como menta em espanhol)
lã = lana
rã = rana
anã = enana
(exceções: fã = fan, ímã = imán)

6) Algumas palavras que em português terminam em –ção, em espanhol, terminam em –cción:
Interação = interacción
Redação = redacción
Abstração = abstracción
Atração = atracción
Sução = succión
Tração = tracción

7) Palavras que em português terminam em –agem e em espanhol terminam em –aje:
Voltagem = voltaje
Quilometragem = kilometraje
Tonelagem = tonelaje
Plumagem = plumaje
Engrenagem = engranaje
Passagem = pasaje

8) Adjetivos que em português terminam em –vel, em espanhol terminam em –ble:
Amável = amable
Adorável = adorable
Renovável = renovable
Louvável = loable
Inimaginável = inimaginable
Incrível = increíble
Invencível = invencible

9) Grande parte das especialidades médicas que em português terminam em –logista; em espanhol, terminam em –ólogo:
Ginecologista = ginecólogo
Cardiologista = cardiólogo
Dermatologista = dermatólogo
Reumatologista = reumatólogo
Oftalmologista = oftalmólogo
Bacteriologista = bacteriólogo

10) Grande parte dos nomes de doenças, afecções, processos biológicos que em português terminam em –ose; em espanhol, terminam em –osis:
osteoporose = osteoporosis
tuberculose = tuberculosis
necrose = necrosis
cirrose = cirrosis
osmose = osmosis
lordose = lordosis
(exceção: celulose = celulosa

11) Grande parte dos nomes de doenças e afecções que em português terminam em –ite, em espanhol, terminam em –itis:
celulite = celulitis
flebite = flebitis
bursite = bursitis
otite = otitis
sinusite = sinusitis
bronquite = bronquitis
conjuntivite = conjuntivitis

12) Grande parte dos nomes de profissões e ocupações que em português terminam em –eiro; em espanhol, terminam em –ero:
cozinheiro = cocinero
padeiro = panadero
sapateiro = zapatero
barbeiro = barbero
tintureiro = tintorero
toureiro = torero
jardineiro = jardinero
bombeiro = bombero

*alguns nomes de profissões que mudam bastante: coveiro = sepulturero, cabeleireiro = peluquero, pedreiro = obrero, funileiro = hojalatero, encanador = fontanero.


13) Algumas palavras que não seguem os paradigmas descritos acima:

Pronúncia = pronunciación
Cancelamento = cancelación
Atendimento = atención
Financiamento = financiación
Remodelamento = remodelación
Relacionamento = relación
Mineração = minería
Contribuidor = contribuyente
Prestigiado = prestigioso
Cantor = cantante
Enfermagem = enfermería
Cansativo = cansado
Ensino = enseñanza
Secura = sequedad
Espessura = espesor
Romantismo = romanticismo
Escravidão = esclavitud
Efetivar = efectivizar
Conversa = conversación
Batedeira = batidora
Embarcadouro = embarcadero
Atracadouro = atracadero
Hospitalar = hospitalario/a
Alimentar = alimentario/a
Complementar = complementario/a
Parlamentar = parlamentario/a
Publicitário = publicista
Egresso = egresado
Criminoso = criminal
Cientista = científico
Confiante = confiado
Congressista = congresal
Calculista = calculador
Colecionador = coleccionista
Doador = donante
Fumante = fumador
Viajante = viajero
Segurança = seguridad
Liderança = liderazgo
Educacional = educativo
Restrito = restringido
Relaxamento = relajación
Operacional (sistema de software) = operativo
Deterioração = deterioro
Inquietação = inquietud

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Austriaco ou Austríaco, maniaco ou maníaco, qual é a pronúncia correta em espanhol?

Ambas as formas são corretas: em espanhol, o sufixo -iaco ou -íaco forma adjetivos a partir de substantivos e estabelece relação entre ambos. Por exemplo, a partir de manía, criou-se maniaco; de policíapolicíaco; e, entre outros exemplos, de Austria, austríaco. Na América Hispânica, prefere-se a forma acentuada (maníaco, policíaco, austríaco, paradisíaco); enquanto na Espanha, prefere-se a pronúncia como palavra paroxítona (maniacopoliciaco, austriaco, paradisiaco), o que também está correto.

www.fundeu.es

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Resenha do filme "Tesis sobre un homicidio"



Como faz tempo que não publico nenhuma resenha sobre filmes em espanhol, hoje resolvi escrever sobre o filme de suspense ao qual assisti (aproveito para lembrar que não se deve dizer “o filme que assisti” porque o verbo assistir no sentido de estar presente pede a preposição “a”, assim o correto é “assistir ao filme”, “o filme ao qual assisti”, etc.) neste fim de semana: Tesis sobre un homicidio.

Trata-se de uma produção argentina-espanhola de 2013 dirigida por Hernán Goldfrid e protagonizada por Ricardo Darín — ator argentino, protagonista de El Secreto de sus Ojos, filme que ganhou o Oscar 2010 de filme em língua não inglesa e também protagonista de Un Cuento ChinoAlberto Ammann, Calu Rivero y Arturo Puig. Baseada no romance homônimo de Diego Paszkowski, escritor argentino que ganhou o prêmio La Nación em 1998 com essa obra. O filme estreou em 17 de janeiro de 2013. 

A intenção aqui não é contar quem morre no final, só vou passar uma ideia geral. Roberto Bermúdez (Ricardo Darín) é um experiente advogado de meia-idade que ministra um prestigiado curso de pós-graduação em Direito Penal. Entre os 15 escolhidos da turma, encontra-se Gonzalo (Alberto Ammann), filho de um velho amigo diplomata com cuja mulher Roberto teve um caso há muitos anos atrás.

Uma noite ocorre um assassinato no estacionamento da universidade e a partir daí começa um intrigante jogo de gato e rato para desvendar o assassino. De um lado o advogado obstinado, mas com uma vida pessoal caótica, que não consegue ter um relacionamento estável desde que se separou da mulher e que se tornou um aficionado ao whisky; e do outro lado, o aluno introvertido e arrogante e sempre em busca da aprovação dos outros e que defende uma visão polêmica de que a balança da justiça sempre pende sempre para o lado do poder. 

Enquanto o professor inicia uma investigação particular, o aluno usa o tema do assassinato na faculdade para escrever sua tese. Um envolvente quebra-cabeça, onde os detalhes fazem toda a diferença.

Este filme está disponível aos assinantes da Netflix.
Para ver outras indicações de filmes em espanhol clique aqui.