sexta-feira, 24 de junho de 2016

“Refanfinflársela algo a alguien”, significado


O verbo “refanfinflar” é uma criação expressiva utilizada na Espanha, tem sua origem na oralidade popular, na coloquialidade. É uma forma de dizer que está “pouco se lixando” ou "que está se danando" para algo ou para alguém, ou seja, que não lhe dá a mínima importância.

Refanfinflársela algo a alguien” é uma locução verbal vulgar, malsoante, equivale a expressões como “traerle sin cuidado, importarle un bledo, un pepino, un pito”. E o pronome la de tal construção se refere ao órgão reprodutor masculino (la polla, denominação vulgar), de acordo com o modelo estabelecido por outras expressões paralelas, e ainda mais vulgares,  sudásela/soplársela/pelársela a alguien e traérsela (floja, pendulona) a alguien. Emprega-se da seguinte forma:

Me la renfanfinfla cualquier problema suyo.

Izco: "Lo que diga Mourinho me la refanfinfla" (declaração do jogador Izco do Real Madrid sobre o técnico, com respeito ao encontro natalino com a mídia, http://www.resultados-futbol.com/noticia/izco-lo-que-diga-mourinho-me-refanfinfla)

Ricardo Rousselot: «El Premio Nacional de Diseño me la refanfinfla» (declaração do considerado “mestre da caligrafia” sobre o prêmio nacional de desenho, http://graffica.info/rousselot-el-premio-nacional-de-diseno-me-la-refanfinfla/)

Essa criação expressiva, por sua vez, já deu origem a uma nova variante, “repampinflar”, como registra o artigo “Refanfinflar, repampinflar”, de Pedro Álvarez de Miranda, publicado na revista Rinconete do Centro Virtual Cervantes. “En una entrevista periodística a Rosa Díez me topo con un bien curioso verbo: «Hay quien dice que somos de la extrema derecha y quien dice que somos de la extrema izquierda; nos la repampinfla el adjetivo» (El País, 25 de mayo de 2013). Me refiero, naturalmente, a ese repampinflar, que me ha llevado a indagar, por vía de ejemplo, en la alta variabilidad de las llamadas «creaciones expresivas».

Nesse interessante artigo, o autor se indaga sobre o que origina esse tipo de criações expressivas, como se cristalizam e como surgem outras variantes. Para ler o artigo na íntegra, acesse

A origem dessa expressão é desconhecida, mas pode ser vista como uma “jitanjáfora”, texto carente de sentido cujo valor estético se baseia na sonoridade e no poder evocativo das palavras, reais ou inventadas que o compõem.  A palavra “jitanjáfora”, por sua vez, foi usada pelo poeta cubano, M.Brull (1891-1956) para finalizar o terceiro verso de um poema que, repleto de vozes sem significado, mas de grande sonoridade. Posteriormente, o humanista Alfonso Reyes (1889-1959) a usaria para designar esse tipo de enunciados.

dle.rae.es
cvc.cervantes.es
http://blogs.lavozdegalicia.es/

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