quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A importância do registro na tradução

Boa tarde, caros tradutores e afins!

Estou dando uma passadinha rápida por aqui, para registrar uns lampejos sobre um assunto que deve ser considerado na hora de traduzir um texto: o registro.

Quando falamos de registro, referimo-nos à variante linguística condicionada pelo grau de formalidade. Basicamente o registro pode ser formal ou informal. O primeiro se caracteriza por seguir a normativa, evitando termos coloquiais e utilizando linguagem culta. Com esse tipo registro, o autor busca dar um caráter mais solene ao texto e de certa forma mais distante do leitor. Por sua vez, o segundo se caracteriza por um estilo menos rígido e cerimonioso e mais próximo da fala, carregado de coloquialismos e marcas de oralidade. Com esse tipo de registro, o autor busca a proximidade e confidencialidade com o leitor, num tom familiar e espontâneo. Contudo, mesmo no registro informal, é fundamental ser fiel ao original, sem carregar na informalidade quando ela não aparece no texto de partida.

Assim, por exemplo, para dizer que alguém ficou admirado, num registro formal, posso usar: admirado, surpreso, estupefato, perplexo, impressionado, fascinado, pasmo, sem palavras, boquiaberto, etc. Já num registro informal, podemos dizer que ficou de cara, abobado, de queixo caído, abismado, chocado, passado, etc. O principal é tentar manter o mesmo registro do original, sem "formalizar" aquilo que é coloquial nem "coloquializar" aquilo que é formal.

Por incrível que pareça, quanto mais coloquial é o texto, maior a dificuldade do tradutor, isso porque o registro coloquial é marcado por regionalismos, gírias, formas agramaticais e expressões novas e passageiras, difíceis de encontrar em livros e dicionários. Além disso, muitas vezes são restritas a determinados grupos e contextos que só quem faz parte deles pode ajudar esclarecer.

Para ler um artigo sobre a tradução de gíria, clique aqui.

¡Madre mía, estoy flipando! (ou "flipo")

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