sexta-feira, 11 de outubro de 2013

La lengua de las mariposas (A língua das borboletas)




Ficha técnica
Título original: La lengua de las mariposas
Ano: 1999
Duração: 97 min.
País: Espanha
Diretor: José Luis Cuerda
Roteiro: Rafael Azcona, José Luis Cuerda, baseado no livro de Manuel Rivas.
Elenco: Fernando Fernán-Gómez, Manuel Lozano, Uxia Blanco, Gonzalo Uriarte, Alexis de los Santos,
Gênero: Drama
Tema: Guerra civil espanhola, infância, educação, liberdade.

“La lengua de las mariposas” é um filme espanhol baseado no livro ¿Qué me quieres, amor? (1996) de Manuel Rivas.

O filme trata da relação de um menino e seu professor num vilarejo rural na região de Galiza, na Espanha. A época em que se desenvolve o filme corresponde à segunda República Espanhola, momento em que se tenta adotar no país uma lei educacional que esteja de acordo com o pensamento da República. A história acontece em 1936, época antecedente à guerra civil.

O menino de sete anos, Moncho (Manoel Lozano), é uma criança que está apreensiva com a ideia de ir para a escola. Ele tem medo porque sempre ouviu dizer que os professores batem nos alunos e os castigam, conforme o costume da educação repressiva daquela época.

Pouco a pouco o medo se transforma numa relação de admiração e respeito quando o menino percebe que seu professor, Dom Gregório (Fernando Fernán-Gómez), é um homem bondoso, calmo e sábio e que trata os alunos com igualdade e respeito.

Dom Gregório utiliza o método de observação como ensino. Ele ensina muitas coisas a seus alunos e os leva ao bosque para que aprendam sobre o mundo, a vida e a liberdade, observando a natureza. Ao ensinar aos alunos sobre a língua das borboletas, ele diz “A língua das borboletas é uma trompa enroscada como uma mola de relógio. Se houver uma flor que a atraia, a borboleta desenrola sua língua e a enfia no cálice para sorver o néctar. Quando vocês levam o dedo humedecido a um pote de açúcar vocês não sentem o doce na boca como se a gema dos dedos fosse a ponta da língua? Pois assim é a língua da borboleta". 



Os métodos inovadores do mestre republicano são vistos com desconfiança pelos habitantes do pequeno vilarejo rural acostumados à submissão ao estado e à igreja autoritários. A Espanha era um país tradicionalista em que a igreja era uma instituição que condenava a modernidade e o conhecimento por considerá-los obra do demônio e uma ameaça aos bons costumes. D. Gregório defendia um ensino laico, livre da influência opressiva da religião, ele expõe seus ideais políticos numa cena em que diz em latim ao padre que lhe chama a atenção: “libertas virorum fortium pectara acuit”. (a liberdade estimula o espírito dos homens fortes).

Durante esses acontecimentos, ocorre em Madri a guerra civil e o regime fascista ganha a guerra e dá início a uma contrarreforma, isto é, os avanços produzidos num primeiro momento, retrocedem, dando lugar a una época de sombras e perseguição aos republicanos. Como resultado dessa reviravolta, Dom Gregorio é preso e levado num caminhão, provavelmente para o fuzilamento. Os moradores do vilarejo, com medo de serem perseguidos e acusados de traidores, tentam mostrar sua “postura” política exortando os republicanos presos. Eles gritam: Vermelhos! Assassinos! e o menino, Moncho, confuso, ao ver sua mãe insultando o professor, corre atrás do caminhão segurando uma pedra na mão e, com olhos cheios de lágrimas, insulta seu professor com duas palavras que este lhe ensinara “Tilonorrinco! Espiritrompa!” (“Tilonorrinco” é uma ave da Nova Guiné e “Espiritrompa” é a trompa da borboleta.

“El relato arremete contra tabúes y dogmas relacionados con una enseñanza eficaz. Defiende la libertad de expresión, la importancia de la propia experiencia como forma de acceso al conocimiento, la cultura como camino hacia la libertad personal y la observación del marco sugestivo y apasionante de la naturaleza para el despertar de los sentidos”(Romea Castro. 2001. Comunicar, outubro, p.74)

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