quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

“Cansativo” em espanhol

Uma palavra que sempre confunde o lusofalante aprendiz de espanhol é a palavra “cansativo”, já que essa palavra não existe em espanhol. O termo usado para expressar que algo provocou cansaço é outro.

Na Espanha "tive um dia cansativo" se diz: Tuve un día muy cansado.

Na região do Río de la Plata y na região dos Andes se diz: Tuve un día muy cansador.

Também podem ser usados os seguintes sinônimos: agotador, extenuante, exhaustivo, agotador, fatigador.

Cansado(a) também é o adjetivo usado com função de predicativo do sujeito: Hoy me encuentro muy cansado(a). Estamos cansados(as) de tanto jaleo.

O substantivo é cansancio: El peor cansancio que podemos sufrir es el del alma.

Chega de falar de cansaço que já está me dando “moleza”!

E moleza, como é que se diz em espanhol? Pode ser flojera o pereza e coloquialmente também se diz pachorra.

A personagem Macunaíma do livro homônimo de Mário de Andrade dizia o tempo todo: “ai, que preguiça!”. Na tradução para o espanhol feita por Héctor Olea essa frase aparece como “¡ay, que flojera!”.

E falando de preguiça… o bicho preguiça chama-se perezoso em espanhol.


Filme “Os Intocáveis”

Intouchables

França, 2011, 112 min, 14 anos

estreia 31 08 2012

drama

Distribuição Califórnia Filmes

Direção Eric Toledano, Oliver Nakache

Com François Cluzet e Omar Sy



Ontem fomos eu, meu marido e nosso filho caçula à locadora de nossa amiga e, ao ver a capa do filme “Os Intocáveis” na prateleira, logo falei: “Vamos levar este!”. Eu já tinha assistido ao trailer,que chamou minha atenção porque parecia ser o tipo de filme de que gosto: uma história envolvente, que mexa com minhas emoções.

Para falar a verdade sou bastante exigente, para alguns filmes simplesmente não dou chance: filmes com malas de dinheiro, cassino, tiroteios, explosões, humor pastelão, ou seja, não sobra muita coisa…

Assistir a filmes em casa é um dos nossos passatempos prediletos e tem todo um ritual: primeiro montamos o nosso acampamento… o Cesão e o Cesinha ficam com os sofás e eu e o Rafa ficamos com os colchões no chão. Na maioria das vezes eu acabo dormindo e algumas vezes até ronco… mas quando o filme me conquista, não prego o olho!

Foi o que aconteceu com este filme francês “Os Intocáveis”. É um daqueles filmes simples que não tem nenhum efeito especial, mas que provoca ‘efeitos especiais’ nos telespectadores. Para começar foi baseado em uma história real, o que por si só já é bastante interessante… Mas o que o torna um filme encantador é a interpretação dos atores.

A história fala do encontro de dois homens com características completamente opostas: Philippe (François Cluzet) é um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente num voo de parapente, fica tetraplégico. Ao procurar por mais um atendente, após inúmeras entrevistas chatas e repletas de clichês, em que candidatos agem de forma hipócrita ou desinteressada, aparece o jovem Driss (Omar Sy), um jovem senegalês, arrogante, que passou seis meses na prisão por assaltar uma joalheria e que não tem a menor formação ou experiência para cuidar de pessoas em seu estado. Na verdade o que Driss queria era apenas participar da entrevista para garantir seu seguro desemprego, mas Philippe enxerga nele aquilo que procura: uma pessoa franca, espontânea que não o trate como um pobre coitado e, por isso, decide contratá-lo. Aos poucos a amizade entre eles se estabelece e cada conhece melhor o mundo do outro.

A partir daí, o filme de Eric Toledano e Oliver Nakache produz diversos efeitos, que variam do riso à comoção, e da reflexão à identificação com as personagens. Pouco a pouco, a relação simbiótica resulta em uma metamorfose: Driss assimila a sensibilidade e a sofisticação de Philippe, e este, por sua vez, assimila o entusiasmo e a espontaneidade de Driss.

Não entrarei em detalhes para não quebrar a expectativa. Se ficou interessado, vá até a locadora mais próxima, entretanto, se além de locar o filme também quiser bater um bom papo, vá até a Locadora Caranguejo, no Jardim Atlântico em Floripa, e fale com a Meri (olha o merchan!). Se gostar, não esqueça de deixar um comentário por aqui!

Ah, esqueci de dizer que lá em casa temos uma competição muito particular “quem escolhe os melhores filmes: o pai ou a mãe?” e e claro que com esse filme ganhei mais um pontinho. Devo ter um sexto sentido…rss

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Tinha pego ou tinha pegado?



A confusão entre uma e outra opção ocorre porque na língua portuguesa temos alguns verbos chamados abundantes que possuem dois particípios: um regular (terminado em ado ou ido) e um irregular (normalmente é uma forma mais curta).

Alguns exemplos de verbos que possuem dois particípios (regular / irregular):

Acendido / Acesso

Aceitado / Aceito

Elegido / Eleito

Entregado / Entregue

Expulsado / Expulso

Expressado / Expresso

Extinguido / Extinto

Imergido / Imerso

Imprimido / Impresso

Inserido / Inserto

Isentado / Isento

Limpado / Limpo

Matado / Morto

Morrido / Morto

Omitido / Omisso

Prendido / Preso

Rompido / Roto

Salvado / Salvo

Segurado / Seguro

Soltado / Solto

Submergido /Submerso

Suspendido /Suspenso

Suspeitado / Suspeito

Tingido / Tinto

Como saber quando usar uma ou outra forma?

Com os verbos auxiliares ter e haver devemos usar as formas regulares terminadas em ado e ido.

Com os verbos auxiliares ser e estar devemos usar as formas irregulares.

Respondendo à pergunta do título da postagem "Tinha pego ou tinha pegado?", o correto é "tinha pegado". Veja mais exemplos:

O mergulhador havia submergido.

O mergulhador estava submerso.

O pássaro havia morrido há dois dias.

O pássaro estava morto há dois dias.

O vigia tinha acendido a luz. A luz foi acessa pelo vigia.

Os verbos ganhar, gastar e pagar, atualmente são usados com os particípios irregulares, já que as formas regulares estão em desuso. Por isso prefira dizer "eu tinha ganho", "eu tinha gasto" e "eu havia pago" a "eu tinha ganhado", "eu tinha gastado" e "eu havia pagado". É fácil lembrar desses verbos porque todos dizem respeito a seu bolso (ganhar, gastar e pagar).



Os verbos trazer, chegar e empregar ao contrário do que muita gente pensa, não são abundantes. Têm apenas o particípio regular trazido, chegado e empregado.

Portanto, são incorretas as construções:

Ele havia trago* as fotos.

O dinheiro foi empregue* na construção.

Ele havia chego* há duas horas.

A forma correta é:

Ele havia trazido as fotos.

O dinheiro foi empregado na construção.

Ele havia chegado há duas horas.

Frase do dia

"La hache de “echar”, échala por la ventana." Mi hermana

Língua artificial do filme Avatar



Você lembra do idioma falado pelos Na'vi, a raça alienígena nativa da lua Pandora?

O diretor do filme Avatar (2009) James Cameron contou com a ajuda do professor de comunicação da Universidade do Sul da Califórnia e consultor de linguística Paul Frommer da University of Southern California para criar uma linguagem para os Na'vi, raça ficcional de habitantes da lua Pandora.

Para que os alienígenas de seu filme fossem verossímeis, Cameron decidiu que deveria projetar uma língua própria para seus personagens: um idioma diferente de todas as línguas humanas existentes, mas suficientemente fácil de ser aprendida pelos atores do filme.

Segundo Frommer o processo de criação começou com a linguagem fonética e fonológica. Cameron já tinha criado várias dezenas de palavras que quis incorporar ao novo idioma. Isso deu a Frommer uma ideia dos tipos de sons que ele tinha em mente. O processo de criação demorou cerca de seis meses para o básico. Assim, surgiu a língua Na´vi, criada especialmente para “Avatar” e com palavras como “Skxawng!”, que poderia ser traduzida por “idiota!”.

Frommer usou consoantes ejetivas (consoantes surdas também chamadas glotizadas que independem da respiração. São notadas pelo sinal [ ’] colocado à direita da consoante que afeta) e nasais velares (permitem que o ar escape pelo nariz e são articulados com o dorso da língua contra o véu palatino) que não ocorrem nas línguas ocidentais, enquanto omitindo comum alguns sons ocidentais como "b", "d" e "g".

Ele colocou modificadores de verbo no meio das palavras, em vez de no início ou no final delas. As vozes dos atores não foram alteradas no filme, Cameron queria que os personagens Na'vi tivessem vozes humanas. Desde a estreia do filme, ele recebeu inúmeras sugestões de fãs para a expansão do idioma e surgiram sites dedicados ao estudo e uso da língua na’vi como o www.learnnavi.org , que ensina as pessoas a falarem a língua dos gigantes azuis.

hayalovay: [ha."ja.lo.vaj] até a próxima vez!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Frase do dia

"Escribo para que la muerte no tenga la última palabra." Odysseus Elytis

Histórias em quadrinhos em espanhol

Como fã de histórias em quadrinhos, gostaria de apresentar algumas das personagens dos quadrinhos em língua espanhola que fizeram parte de minha infância. Certamente há muitas personagens mais, mas falarei apenas das que conheço. Eu adorava ler revistinhas em quadrinhos, as “devorava” em alguns instantes e depois as relia por inúmeras vezes. Como morei na Espanha e no Paraguai antes de vir para o Brasil e como minhas melhores amigas eram uruguaias e também adoravam quadrinhos, conheci várias personagens dos gibis em espanhol.
Para início de conversa, em espanhol, as revistas em quadrinhos chamam-se tebeos (na Espanha), historietas, cómics o muñequitos. Lembro que as chamávamos carinhosamente de “revistitas”. Em muitas ocasiões, quando nossas famílias se visitavam, em vez de brincar, ficávamos lendo as “revistitas” e minha mãe falava: “meninas aproveitem para brincar!”. Realmente éramos viciadas, mas com certeza era um vício muito bom!
Vale a pena deixar registrado que no ano passado fui com meu marido e filhos visitar minhas amigas no Uruguay após vinte longos anos. Foi muito emocionante. O reencontro foi incrível e elas não mudaram nada. Agradeço a meu marido pela ideia maravilhosa que teve!
É óbvio que rimos muito ao lembrar de nosso vício, mas também nos envergonhamos ao lembrar da vez em que vendemos revistinhas para umas crianças pobres e levamos uma bronca de meu pai. Achávamos que vendendo-as por um preço mais barato faríamos uma boa ação…
Bom, chega de nostalgia, vamos conhecer as personagens:
España:

Mortadelo y Filemón é uma série de gibis criada pelo autor espanhol Francisco Ibáñez a partir de 1958. Mortadelo e Filemón são dois detetives que trabalham para a T.I.A (Técnicos de Investigación Aeroterráquea), uma desastrada agência de informação. Filemón é o chefe estressado de Mortadelo, um cara completamente sem sentido comum e com capacidade de se fantasiar das coisas mais malucas e improváveis. O gênero de humor se caracteriza pelas personagens sofrendo constantes percalços como quedas de grandes alturas, explosões, esmagamentos por todo tipo de objetos pesados (pianos, cofres, etc.) sem que as consequências durem mais de uma vinheta.
Sitio oficial:
www.mortadeloyfilemon.com
Chile:
Condorito é uma tira em quadrinhos criada pelo cartunista chileno René Ríos, conhecido como Pepo. É o gibi mais popular do Chile e foi distribuído em toda a América Latina.
Como qualquer tira cômica, cada pequena história é independente do resto e tem sempre um final cômico. Uma característica particular das tiras do Condorito é que ao final de cada história, uma ou várias personagens desmaiam após serem vítimas de uma situação embaraçosa, a queda é sempre acompanhada da onomatopeia ¡PLOP!. Também costuma terminar com a exclamação «¡Exijo una explicación!» por parte do Condorito ou de seus amigos quando as coisas não dão certo.
O estilo cômico que predomina em Condorito é o humor branco e a sátira, mas também há piadas com duplo sentido.
www.condorito.cl
Argentina:


Mafalda é o nome de uma tira desenhada pelo cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, conhecido como Quino, de 1964 a 1973, protagonizada por uma menina preocupada com a humanidade e a paz mundial, y que se revolta contra o mundo legado pelos adultos.
Mafalda usufrui de uma altíssima popularidade na América Latina e em alguns países europeus como Espanha, Grécia, Itália e França. Foi traduzida a mais de trinta idiomas. O tipo de humor é perspicaz, irônico e questionador, Mafalda fala não apenas da Argentina, mas das inquietudes de índole universal.

Site oficial do Quino
www.quino.com.ar

Larguirucho é uma personagem do cartunista espanhol naturalizado argentino Manuel García Ferré, que ficou popular fazendo parte da primeira série televisiva de desenhos animados Hijitus (1967-1974) na América Latina.
Ao virar histórias em quadrinhos, Larguirucho transformou-se em um desafortunado que que empre se dá mal. Muito semelhante ao estilo de Condorito.
clubdehijitus.blogspot.com.br

Patoruzú foi criado pelo cartunista argentino Dante Quinterno em 1928. É uma das personagens mais influentes dos quadrinhos da Argentina. Nasceu como personagem secundária em duas tiras cômicas de vida curta, o cacique Patoruzú - o último dos tehuelches, vistos pelos conquistadores espanhóis como gigantes dotados de força prodigiosa – obteve em pouco tempo sua própria revista em quadrinhos, que daria origem à revista homônima, um dos grandes marcos do humor gráfico argentino.
www.patoruzu.com

Isidoro Cañones também foi criado por Dante Quinterno e também começou como personagem secundária de Patoruzú, mas que em 1968 tinha suficiente popularidade para merecer a sua própria revista em quadrinhos. A personagem representa o playboy de Buenos Aires.
Se desejar saber mais a respeito da Mafalda, do Quino, e de outras personagens da Argentina e do mundo, acesse o seguinte site.
www.todohistorietas.com.ar

Demitir em espanhol

A tradução ao espanhol do verbo demitir tem suas peculiaridades.
Em português o verbo demitir no sentido de exonerar alguém de seu cargo é transitivo direto (um sujeito demite alguém) e pode ser usado tanto na voz ativa quanto na voz passiva.
O presidente demitiu o ministro da educação.
O ministro da educação foi demitido pelo presidente.
A empresa demitiu os funcionários mais antigos.
Os funcionários mais antigos foram demitidos pela empresa.

Já no espanhol o verbo dimitir é frequentemente intransitivo e significa que a pessoa renunciou a seu cargo. Também pode ser transitivo direto quando for acrescentado o cargo.
Exemplo:
Juan González dimitió. (Juan González pediu demissão – verbo intransitivo)
Juan González dimitió la gerencia de Pepsi-Cola. (Juan González renunciou à gerência da Pepsi-Cola - verbo transitivo direto)

Devemos tomar cuidado ao traduzir esse tipo de frase, pois devido à regência do verbo em português poderíamos pensar que foi Juan González quem deu as contas à gerência da Pepsi-Cola, quando na verdade foi ele que renunciou ao cargo de gerente. 


Verbo "cesar"


Em espanhol temos o verbo "cesar" que serve para indicar tanto o ato de renunciar como o ato de demitir:
El director cesó de su puesto. = O diretor renunciou/abandonou seu cargo.

Cesan a otro funcionario estatal por publicar declaraciones homofóbicas = Demitem outro funcionário federal por publicar declarações homofóbicas.

Assim, para dizer em espanhol que um sujeito demitiu, mandou embora, deu as contas a outro, podemos usar os verbos: despedir/cesar (formal) ou echar (informal).


Veja como ficaria a versão das seguintes frases para o espanhol:
O gerente foi demitido pela empresa. = El gerente fue despedido por la empresa.
A empresa demitiu o gerente. = La empresa despidió/cesó al gerente
Foi mandado embora / Lhe deram as contas. = Lo echaron.
O gerente pediu demissão do seu cargo. = El gerente dimitió/cesó de su cargo.
O gerente renunciou a seu cargo. = El gerente renunció a su cargo/El gerente cesó de su cargo.
Na España teve bastante repercussão a frase dita por um político por ocasião da renúncia da presidenta da comunidade de Madrid: "Los políticos en España no Suelen conjugar el verbo dimitir.” Ou seja, que na Espanha os políticos não costumam renunciar a seus cargos. Muito conveniente, não?
Observação:
A palavra funcionario em espanhol refere-se a empregado público. Para referir-se a trabalhadores de empresas particulares utilize os termos empleados, trabajadores ou colaboradores, este último muito em voga na linguagem empresarial.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Echar de menos – poema de Pablo Neruda



Echar de menos es una soledad acompañada.

Es cuando el amor no se ha ido pero el amado sí.

Echar de menos es amar un pasado que no pasó,

es recusar un presente que nos duele,

es no ver el futuro que nos invita.



Echar de menos es sentir que existe lo que no existe mas.

Echar de menos es el infierno de los que perdieron,

es el dolor de los que se quedaron atrás,

es el gusto de la muerte en la boca de los que se quedaron....



Solo una persona desea echar de menos: Aquella que nunca amó.

Y ese es el mayor de los sufrimientos: No tener a quien echar de menos pasar por la vida y no vivir.

¡El mayor sufrimiento es nunca haber sufrido!


Origen de la expresión ‘echar de menos’

La expresión “Echar de menos”, según Rafael Lapesa em «Historia de la lengua española» tiene su origen en la lengua portuguesa.

Durante la época de los Austrias lo portugués y lo castellano vivieron su periodo de máxima interpenetración, con una nobleza castellana influida por las maneras y el espíritu portugués y con unos escritores portugueses (Gil Vicente, Camões y Sá de Miranda entre otros) que indistintamente se valían de una y otra lengua. En España era de buen tono entre damas y galanes preciarse de tener a punto uma cita de Camões para adornar su conversación. El português era considerado protótipo del enamorado platónico.

Una de las expresionas más curiosas que supervivió al influjo gallego-portugués en castellano, es la expresión «echar de menos». Existía en portugués la forma «achar menos», con un primer elemento del mismo origen etimológico que nuestro «hallar». «Achar menos» en Portugal y «hallar menos» en Castilla coexistieron para indicar la falta de algo o alguien anteriormente dado.

La forma castellana se documenta a partir del siglo XIII y subsiste hasta comienzos del XVII. Pero ya a partir del XVI aparece un «echar menos», con castellanización o erróneo entendimiento del portugués «achar». Don Pedro Pacheco Girón, por ejemplo, en 1648, dice a propósito de Quevedo, después de su muerte: «... y de papeles muchos originales de sus escritos, que siempre traía consigo, se echaron entonces menos gran suma».

En el siglo XVIII, este «echar menos» se convierte en «echar de menos», con un «de» que Corominas, atribuye a influjo de construcciones como «echar de ver», «echar una libra de más»,etcétera. Por lo expuesto, y atenidos al significado general del verbo «echar», el «echar de menos» castellano no tiene sentido. (fuentes: Historia de la Lengua Española de Rafael Lapesa, sitio: www.hispanismo.org. Foto: www.desvariandoando.com)

iOjo!

Es incorrecto escribir “te hecho de menos” con ‘h’.

La palabra hecho corresponde al participio del verbo hacer. Aunque parezca no tener sentido, la expresión correcta es ‘echar a alguien de menos’.

En España se usa más 'echar de menos' (te echo de menos), mientras que en América Latina se suele decir ‘extrañar a alguien’ (te extraño).

‘Responder sua pergunta’ ou ‘Responder à sua pergunta’?

A regência do verbo Responder costuma causar dúvidas, pois varia conforme o sentido do verbo em um determinado contexto:

1 –Tem regência indireta no sentido de dar resposta a alguém ou a alguma coisa, ou ainda, no sentido de ser responsável por algo:

O presidente respondeu às perguntas dos jornalistas.

Respondeu-lhe sem demora.

A polícia respondeu aos tiros.

A secretaria respondeu ao ofício.

Ele responde por desacato a autoridade.

O acusado responderá por seus atos.

O tio respondia pelo menor.

O guarda responde pela manutenção da ordem.

2 – Tem regência direta no sentido de dizer em resposta:

Respondeu que não tinha tempo.

Respondeu que não aceitava a proposta.

3 - Pode ainda ser transitivo direto e indireto no sentido de dizer a alguém em resposta ou de responder algo a alguém:

A moça respondeu ao rapaz que não podia ir. / Respondeu-lhe que não podia ir.

Respondemos aos parentes que iríamos.

Responderei a carta aos professores.

4 - Como dar resposta a, pode ainda ser intransitivo (sem complemento):
/br>Todos os chamaram, mas ninguém respondeu.

5 - Apesar de transitivo indireto, admite a voz passiva com o mesmo significado de dar resposta a:

A carta foi respondida pelo secretário.

Na linguagem culta deve-se evitar a voz passiva e preferir o emprego da voz ativa 'O secretário respondeu à carta'.

6 – Intransitivo no sentido de dar resposta.

Eu chamo e ele não responde.

Responda logo, o que está esperando?



Respondê-la ou responder-lhe?

Depende do sentido do verbo na frase:

1) Faça a sua pergunta e me esforçarei em respondê-la.

Nesse caso vou responder a você a sua pergunta. Utilizo o pronome direto “la” para substituir o objeto direto ‘sua pergunta’.

2) Prometo responder-lhe o mais rápido possível. (responder a você).

Nesse caso vou dar uma resposta a você o mais rápido possível. Utilizo o pronome “lhe” para substituir o objeto indireto ‘a você’.

Confuso, não? E esta frase, então:

Perguntar-me-ás e responder-lhe-ei.

Apesar de normalmente não falarmos assim, a frase está gramaticalmente correta. Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo. A frase acima equivale a:

Pergunte-me e eu lhe responderei.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Anedota

Lembrei de uma história engraçada que ilustra bem a ambiguidade na linguagem:
O meu filho caçula ligou para o meu serviço e me disse:
- Mãe, um senhor... para não dizer um velho... nos deu balinhas.
- Tá, mas você conhece?
- Conheço, são de banana!
fofo, não?

Pensar com os botões

Estava eu aqui pensando com meus botões (não estou usando botões, é apenas uma figura de linguagem)… pronto começou a dor de barriga… quer dizer… a “inspiração” que está chegando!

Qual será a origem dessa expressão “pensar com os botões”? Não poderia ser “pensar com os zíperes” ou “pensar com as presilhas”, por que com os botões?… (só um minutinho, vou consultar o “oráculo”…)

Pois é, o “oráculo” está meio burrinho hoje, não me deu nenhuma resposta, aliás, percebi que há mais pessoas neste planeta que não conseguem encontrar a resposta para este enigma. Como diria Shakespeare “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonham nossos botões, perdão…a nossa vã filosofia”.

A explicação mais bacaninha que encontrei na rede foi a de um internauta que disse que a expressão se deve a que os botões servem para fechar, ou seja, o ato de pensar é algo que fazemos sozinhos, é uma atitude intimista, nos fechamos em nossos pensamentos, tal qual uma concha… que se fecha e produz…”pérolas reflexivas”…bingo! (esse bingo é ridículo, né?)

Bom, não contente, procurei em espanhol “pensando con mis botones” e… nada!

Procurei por “I was thinking whit my buttons” e…nada! Talvez eles pensem com seus hambúrgueres… (que maldade!).

Fiz uma versão dupla (do inglês para o alemão) e procurei por “Ich war mit meinen Knöpfen denken” e… nada! Talvez eles pensem com suas salsichas (que mal!).

Engraçado que Knopf (botão) lembra Kopf (cabeça) e nós pensamos com a cabeça e com nossos botões! EUREKA! (bem melhor que “bingo!”, não?)

Isto aqui dá uma trabalheira danada, é por isso que as postagens desta sessão demoram para mais sair, não é mole não!

Aí vai mais uma “pérola”, muito chula por sinal: “Se pensamento fosse m...., neste momento eu estaria com prisão de ventre”.

Desculpem, despeço-me por aqui! Até a próxima!

Frase do dia

Fonte: www.pasarlascanutas.com


“Não fique triste quando ninguém notar o que fez de bom Afinal... O sol faz um enorme espetáculo ao nascer, e mesmo assim, a maioria de nós continua dormindo”

Charles Chaplin

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O mito da Torre de Babel

O mito da Torre de Babel tem sua origem na bíblia, no livro de Gênesis do Antigo Testamento. Segundo ele, os descendentes de Noé decidiram erguer uma torre entre os rios Tigre e Eufrates, na região da Mesopotâmia, para alcançarem o céu e, assim, tornarem-se célebres. Isso ocorreu em uma época em que todos falavam uma única língua. A vaidade dos homens teria provocado a ira de Deus, que para castigá-los e impossibilitar a empreitada, espalhou as pessoas sobre a terra com idiomas diferentes, provocando o desentendimento entre elas.

Hoje, o mito da Torre de Babel, que em hebraico significa “porta de Deus” é visto como uma tentativa dos antepassados de explicar a origem das diversas línguas no mundo.

Frase do dia

"Aquilo que a lagarta chama de fim do mundo, o resto do mundo chama de borboleta." Lao-Tsé

As palavras mais bonitas do mundo

A lista das palavras mais bonitas do mundo, de acordo com o concurso lançado pela revista alemã Kulturaustausch:

1o lugar: uma palavra turca, YAKAMOZ, que significa reflexo da lua na água.

2o lugar: hu lu, que significa dormir, respirando profundamente, da China.

3o lugar: volongoto: caótico; numa língua africana de uma região do Uganda.

4o lugar: oppholdsvaer, que significa a luz do dia depois da chuva, na Noruega.

5o lugar: madala: graças a Deus; língua africana Hausa.

6o lugar: saudade: sentimento de nostalgia em relação a algo ou a alguém, palavra da língua portuguesa.

7o lugar : perekotipole: o corredor do deserto, segundo o que se diz na Ucrânia.



O critério de escolha baseou-se na musicalidade e no significado do termo.

Tradução, Versão e Versão Dupla

No Brasil faz-se a diferenciação entre tradução, versão e versão dupla:

Tradução: consiste em passar um texto de um idioma estrangeiro para o idioma vernáculo (português).

Versão: consiste em passar um texto do idioma vernáculo (português) para um idioma estrangeiro.

Versão Dupla consiste em passar um texto de um idioma estrangeiro para outro idioma estrangeiro (exemplo: do inglês para o alemão)

Existe diferença entre os valores cobrados por tradução, versão ou versão dupla?

Sim, a versão costuma custar 10% a mais que a tradução e a versão dupla costuma custar cerca de 15% a mais que a tradução.

Punta del Diablo

(Este cuento lo escribí en una asignatura de escritura en lengua española)

Ya era noche en Punta del Diablo, tan sólo la luna llena revelaba los contornos del paisaje y el sonido lejano de un viejo tocadiscos se mezclaba al ruido de las olas que golpeaban las rocas. Se oía la voz llorona y anclada en las entrañas, desgarrada… el sonido perezoso de las cuerdas de la guitarra, el llanto de Chavela Vargas…

Sus ojos se cerraron

Y el mundo sigue andando,

Su boca que era mía

Ya no me besa más.

Se apagaron los ecos

De su reír sonoro

Y es cruel este silencio

Que me hace tanto mal...



Una lágrima dejaba un rastro salado en el rostro de Lestanifa. Su verdadero nombre era Leticia, demasiado común para una personalidad excéntrica. Desde pequeña se sentía rara, no se identificaba con los de la escuela, las niñas no querían jugar con ella y los niños no le hacían caso. Se fue aislando cada vez más, encerrándose en sus pensamientos. A los trece años se metió en el baño y tras una hora y media salió con el pelo corto y verde. Se pasaba horas trancada en la biblioteca, le fascinaba la literatura fantástica, principalmente Poe, a veces se sentía como el personaje de El pozo y el péndulo esperando a que la muerte llegara. Estudiaba lenguas, hablaba un poco de árabe, comprendía algo de chino y un poco de latín. Practicaba con su perrito Salchicha, el único que tenía paciencia para aguantar sus excentricidades. Con la familia se comunicaba por medio de monosílabos.

Una tarde, en la pequeña biblioteca del pueblo, encontró un libro lleno de polvo, en cuya capa estaba dibujada la cabeza de un viejo con cuernos de cabra, el título era Un diablo en Uruguay. Contaba la historia de un terrateniente dueño de una finca en la que hombres y mujeres trabajan en régimen de esclavitud, a cambio de comida. El terrateniente se llamaba Don Felixberto y era un hombre amargo y solitario. La peste se había llevado a su esposa e hijos. Desde entonces se había vuelto un hombre cruel y sádico. Se acostaba con las labradoras y, cuando las dejaba embarazadas, les obligaba a abortar tomando tés de hierbas malditas. Hasta que un día el viejo se emborrachó y olvidó una vela encendida. El cortijo ardió por dos días y sólo quedaron cenizas y sombras. La gente dice que en noches de luna llena se oye el llanto del viejo errante que viene a buscar almas inocentes.

Lestanifa recordaba esa historia justo ahora cuando se encontraba en la finca de su abuela en esa misma villa. La familia le pidió que hiciera compañía a la anciana que recientemente se había quedado viuda. «Así se libran de la oveja negra de la familia» pensaba Lestanifa. La música de Chavela le emocionaba porque expresaba el dolor de la cantante lesbiana que nació en el cuerpo equivocado y Leticia, o mejor, Lestanifa también se sentía así: prisionera de un cuerpo que no le pertenecía.

Tomó el último trago de coñac que quedaba en la botella y se fue tropezando a casa. Al llegar a la habitación se acostó en la cama y sintió un pequeño bulto debajo de la almohada…«Una bolsita de sal gruesa... Pobre abuela, tan ingenua, se cree todo lo que le cuentan». La gente del pueblo usaba el amuleto para ahuyentar al viejo diablo.

Lestanifa cerró los ojos mientras idealizaba una vida diferente; estaba dispuesta a ser feliz, haría cualquier cosa para volver a ser la niña alegre que se quedó hacia atrás, esbozó una sonrisa triste y al poco rato comenzó a soñar…

La voz de un hombre viejo, ronca y babosa cantaba la canción de Chavela en su oído. Tenía el pelo rubio y grasiento con un remolino, de los orificios de sus grandes orejas y de la nariz le brotaban mechones de pelos grises. Llevaba bigote, tenía los ojos azules almendrados y músculos de peleador…«¿Me llamaste chiquilla? Vine a buscar tu alma, este no es tu lugar, este cuerpo no es tuyo, tú lo sabes…» De pronto sus ojos se quedaron negros y relucientes como escarabajos y la piel se le llenó de escamas… las uñas se le volvieron metálicas y un olor repugnante a azufre impregnó el aire…

Con mucha dificultad, Lestanifa abrió los ojos y la claridad de la habitación blanca se los hizo cerrar nuevamente. Los párpados le pesaban, intentó moverse pero parecía que estaba atada; y realmente lo estaba. «¿Qué es esto? ¿Dónde estoy? Parece un hospital, y esto parece una camisa de fuerza. Qué dolor de cabeza…» Intentó gritar, pero apenas le salía la voz…«Sáquenme de acá…suéltenme…"

La abuela entró en la habitación y le dijo: - Leticia, mi amor, no te preocupes estoy a tu lado. ¿Qué te pasó mi niña? Te tomaste media botella de coñac y unas pastillas. Oí tus gritos lejanos, salí a buscarte y te encontré cerca de la playa, en el cementerio clandestino…

Las palabras de la abuela le trajeron imágenes desordenadas como un flashback… la luna reflejaba en las tumbas desordenadas ilegales de los cadáveres que jamás existieron. Muchos perros ladraban alrededor de las lápidas violadas y la lámpara del farol se encendía y se apagaba al compás del viento.

La abuela lloraba. - ¿Qué te hiciste mi vida? Tenías un pedazo de vidrio en la mano y estabas toda cortada, sucia de sangre. Quise acercarme pero me empujaste, rugías como un monstro, llamé al hospital y tuvieron que atajarte entre cuatro enfermeros, te aplicaron un tranquilizante y te pusieron esa camisa de fuerza para que no te hicieras más daño… llevas durmiendo doce horas seguidas…

- Ay abuela, me duele todo, estoy mareada, creo que voy a vomitar… Tengo que ir al baño, ayudame a sacarme esta camisa, por favor…

La abuela le desató la camisa y le ayudó a levantarse. Lestanifa se apoyó a la pared y llegó hasta el baño, abrió la puerta y se miró al espejo…

Un grito inhumano resonó por el hospital… el ruido de un cristal roto, la abuela pedía ayuda, una alarma disparó y los enfermeros corrían hacia la habitación. Lestanifa babeaba, rugía, lo rompía todo, arrojó una silla contra un médico que intentaba acercársele y salió corriendo por el pasillo, subió las escaleras hasta el tercer piso, se quitó la ropa y antes de que pudieran alcanzarla se tiró por la ventana y su cuerpo se quedó inmóvil en el suelo. Un hilo de sangre corría por entre las grietas del piso mientras se oía el sonido lejano de un viejo tocadiscos «Sus ojos se cerraron y el mundo sigue andando...»

En el mismo instante en que Lestanifa se miró al espejo y no vio su imagen reflejada, comprendió que ya no tenía alma.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Duplicação dos pronomes em espanhol

Os Pronomes Pessoais Complementos (pronombres personales complementos) exercem a função sintática complementos verbais (objeto direto ou objeto indireto). Aparecem nas seguintes formas:
Átonas: Não precedidas de preposição (me, te, se, nos, os , le, les).
Tônicas: Sempre precedidas de preposição (mí/conmigo, ti/contigo, él, ella(o)/sí, consigo, nosotros(as), vosotros(as), ellos(as)/sí, consigo).
A DUPLICAÇÃO É OBRIGATÓRIA QUANDO:
1) O objeto direto (OD) ou o objeto indireto (OI) antepõe-se ao verbo:
A Catalina (OI) le di el regalo
A él (OI) le presté la bicicleta.
El coche (OD) lo dejé en el aparcamiento.
La paella (OD) la hice yo.
A nosotros (OI) nos regalaron un libro.
A ellos (OI) no los conozco.
2) Quando o pronome pessoal complemento tónico (a mí, a ti, a ella, etc.) aparece após o verbo, duplica-se com pronome átono (me, te, se, nos, os, le, les):
Te (pronome pessoal complemento átono) estoy hablando a ti (pronome pessoal complemento tônico).
A DUPLICAÇÃO É FACULTATIVA QUANDO:
A oração se encontra em sua ordem normal (sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto representado por um nome ou substantivo).
Exemplos:
Di el regalo a Catalina. (sem duplicação)
(Le) di el regalo a Catalina. (duplicação facultativa)
Llevó flores a su madre.
(Le) llevó flores a su madre. (duplicação facultativa)
OBSERVAÇÃO: se na frase anterior o objeto indireto fosse um complemento pessoal tónico ‘a ella’ em lugar do objeto indireto nominal ‘a Catalina’, a duplicação seria obrigatória (Le di el regalo a ella).
Nesse caso, seria incorreta a forma sem duplicação: *Di el regalo a ella.
Veja mais alguns exemplos:
(Le) Envié una carta a Sandra. (a duplicação do pronome é facultativa porque o objeto indireto é representado pelo nome a Sandra)
Le envié una carta a ella. (a duplicação do pronome é obrigatória porque o objeto direto é um pronome pessoal complemento tónico a ella)

Frase do dia

“Mudem suas opiniões, mantenham seus princípios, troquem suas folhas e mantenham suas raízes.” Victor Hugo

Competências do tradutor

A norma europeia EN 15038 para a qualidade na indústria de tradução, estabelece algumas das competências necessárias ao tradutor:

Competência tradutória:

Conjunto de capacidades, destrezas, conhecimentos e atitudes reunidas pelos tradutores profissionais e que intervêm na tradução como atividade especializada (isto é, que diferenciam o profissional do não profissional), o especialista do não especialista (Kelly, 2002). Hatim e Masom postulam destrezas de processamento do texto original (reconhecer a intertextualidade, localizar a situacionalidade, inferir a intencionalidade, valorizar a informatividade, etc.) e de processamento do texto de chegada (estabelecer intertextualidade e situacionalidade, criar intencionalidade, equilibrar a informatividade, etc.), e habilidades de transferência para renegociar estrategicamente com eficácia, eficiência e relevância. A competência tradutória também envolve a capacidade de atender ao acordado previamente com o cliente e justificar as razões para as decisões tomadas.

Competência linguística e textual na língua de partida e na língua de chegada:

Segundo Aubert, a competência linguística diz respeito ao domínio dos códigos linguísticos que estão em contato no ato tradutório, incluindo entendimento, por parte do tradutor/intérprete, de questões ligadas ao léxico, sintaxe, morfologia, etc. É importante salientar que essa competência deve ser desenvolvida para as duas línguas em contato: a língua que, para o tradutor/intérprete é estrangeira – L2 – e aquela que lhe é ‘materna’, L1. Esse comentário é fundamental porque, tipicamente, o domínio da língua materna é relegado a um segundo plano, uma vez que se assume esse conhecimento como um ‘fato dado’, como se apenas ser falante nativo de uma língua já conferisse ao falante o saber especializado sobre sua língua. A competência linguística é uma condição essencial – ou seja, sem ela não é possível realizar um ato tradutório – mas não suficiente – ou seja, apenas o conhecimento dos dois códigos não faz de um indivíduo um tradutor/intérprete.

Competência de pesquisa, aquisição e processamento de informação:

A competência de pesquisa inclui a capacidade de adquirir eficazmente os conhecimentos linguísticos e especializados adicionais, necessários à compreensão do texto de partida e à produção do texto de chegada. O tradutor deve ter acesso a diversas fontes de pesquisa e gerenciar seus próprios glossários.

Competência cultural:

A competência cultural inclui a capacidade de fazer uso de informação sobre o ambiente cultural, os padrões comportamentais e os sistemas de valores que caracterizam as culturas de chegada e de partida. Conhecer e pesquisar as expressões idiomáticas, os costumes, os regionalismos, as crenças, a história, a literatura, a arte e as diversas manifestações das culturas envolvidas.

Competência técnica:

A competência técnica engloba as capacidades e habilidades exigidas para a preparação e produção profissional de traduções. Isto inclui a capacidade de usar as modernas ferramentas de tecnologia de informação e bases terminológicas. Deve gerenciar seu tempo e suas ferramentas de apoio de forma a otimizar e padronizar seu trabalho, zelando sempre pela qualidade.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Língua – canção de Caetano Veloso



Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões

Gosto de ser e de estar

E quero me dedicar a criar confusões de prosódia

E uma profusão de paródias

Que encurtem dores

E furtem cores como camaleões

Gosto do Pessoa na pessoa

Da rosa no Rosa

E sei que a poesia está para a prosa Assim como o amor está para a amizade

E quem há de negar que esta lhe é superior?

E deixe os Portugais morrerem à míngua

“Minha pátria é minha língua”

Fala Mangueira! Fala!



Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó

O que quer

O que pode esta língua?



Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas

E o falso inglês relax dos surfistas

Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!

Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda

E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate

E – xeque-mate – explique-nos Luanda

Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo

Sejamos o lobo do lobo do homem

Lobo do lobo do lobo do homem

Adoro nomes

Nomes em ã

De coisas como rã e ímã

Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã

Nomes de nomes

Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé e Maria da Fé



Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó

O que quer

O que pode esta língua?



Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção

Está provado que só é possível filosofar em alemão

Blitz quer dizer corisco

Hollywood quer dizer Azevedo

E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo

A língua é minha pátria

E eu não tenho pátria, tenho mátria

E quero frátria

Poesia concreta, prosa caótica

Ótica futura

Samba-rap, chic-left com banana

(– Será que ele está no Pão de Açúcar?

– Tá craude brô

– Você e tu

– Lhe amo

– Qué queu te faço, nego?

– Bote ligeiro!

– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!

– Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!

– I like to spend some time in Mozambique

– Arigatô, arigatô!)

Nós canto-falamos como quem inveja negros

Que sofrem horrores no Gueto do Harlem

Livros, discos, vídeos à mancheia

E deixa que digam, que pensem, que falem.

[Caetano Veloso, canção ' Língua', dos álbuns Velô, de 1984, e Noites do Norte ao Vivo, de 2001]

Caetano Veloso (7 de agosto de 1942) é um músico e compositor baiano, e no ano seguinte lidera o movimento chamado Tropicalismo, que renovou o cenário musical brasileiro. Caetano, ao longo de mais de 40 anos de carreira, construiu uma obra musical marcada pela renovação, considerada de grande valor intelectual e poético.

Língua - poema de Gilberto Mendonça Teles



Esta língua é como um elástico

que espicharam pelo mundo.

No início era tensa,

de tão clássica.

Com o tempo, se foi amaciando,

foi-se tornando romântica,

incorporando os termos nativos

e amolecendo nas folhas de bananeira

as expressões mais sisudas.

Um elástico que já não se pode

mais trocar, de tão gasto;

nem se arrebenta mais, de tão forte.

Um elástico assim como é a vida

que nunca volta ao ponto de partida.



Língua é uma poesia modernista, distribuída engenhosamente em versos e rimas livres, que trata da origem e evolução da língua portuguesa.

Gilberto Mendonça Teles (30 de junho de 1931) poeta e crítico literário brasileiro que produziu importantes estudos sobre o modernismo e a vanguarda na poesia, dos chamados "ismos" europeus e seus respectivos manifestos, desde o final do século XIX aos estudiosos e escritores brasileiros do século XX.

Frase do dia

"As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo." Ludwig Wittgenstein

Futuro do Subjuntivo

Emprega-se o futuro do subjuntivo para assinalar uma possibilidade a ser concluída em relação a um fato no futuro, uma ação vindoura, mas condicional a outra ação também futura. Denota incerteza e probabilidade.
* Quando eu voltar, saberei o que fazer.
* Quando os sinos badalarem nove horas, voltarei para casa.

Também pode indicar uma condição uma incerteza, presente ou futura.
* Se ele estiver lá amanhã, certamente ela também estará. 


No espanhol, o futuro do subjuntivo está em desuso. Atualmente o seu uso se limita ao âmbito legal. A seguir um exemplo da Ley Orgánica del Código Penal de 1995 (artículo 485.1):
El que matare al rey [...] será castigado [...]
Nesse caso, é correto o uso do presente do subjuntivo já que é improvável que alguem mate o rei. Caso fosse usado o presente do indicativo: El que mate al rey [...] será castigado [...] estaríamos dando por certo o fato de que, mais cedo ou mais tarde, alguém mataria o rei. 


Ao traduzir para o espanhol o futuro do subjuntivo em orações condicionais, deve-se empregar o presente do indicativo: 


Se for assim, eu não vou > Si es así, no voy.
Se precisar de ajuda, é só pedir > Si necesitas ayuda, pídela.
Se chover, não iremos > Si llueve, no vamos.
Se ele estiver lá, certamente ela também estará. = Si él está allí, seguramente ella también estará. 

Se quiser falar comigo, me ligue. = Si quieres hablar conmigo, llámame. 
Se precisarem de uma indicação, é só pedir. = Si necesitáis una indicación, solo tenéis que pedírmela.
Fale com meu advogado se precisar de apoio jurídico. = Habla con mi abogado si necesitas apoyo jurídico.
Se soubermos de alguma coisa, entraremos em contato com você = Si sabemos algo, nos pondremos en contacto contigo.
Procures a assistência técnica se o aparelho não funcionar. = Contacta con la asistencia técnica si el aparato no funciona.
Se o doente piorar, ou se os sintomas pertistirem, chame o médico. = Si el enfermo empeora, o si los síntomas persisten, llama al médico.

Ao traduzir para o espanhol o futuro do subjuntivo em orações temporais deve-se empregar o presente do subjuntivo.


Quando for necessário, peça ajuda. > Cuando sea necessário, pide ayuda.
Quando estivermos cansados, pareremos para dormir > Cuando estemos cansados, pararemos para dormir.
Eles comprarão tudo o que puderem > Ellos comprarán todo lo que puedan.
Quando eu voltar, saberei o que fazer. = Cuando vuelva, sabré lo que hacer.
Quando os sinos badalarem, voltarei para casa. = Cuando suenen las campanas, volveré a casa.
Quando você terminar sua série de exercícios, eu caminharei 6 km. = Cuando termines tu serie de ejercicios, andaré 6 km. 

Quando formos mais velhos, compraremos nosso apartamento. = Cuando seamos mayores, compraremos nuestro piso.
Pararemos para descansar quando estivermos com sono. = Pararemos para descansar cuando tengamos sueño.
Quando viajares para Paris, não se esqueça de trazer-me uma lembrancinha. = Cuando viajes a París, no te olvides de traerme un recuerdo.
Agora está feio, mas quando estiver pronto, vai ficar lindo. = Ahora está feo, pero cuando esté listo, quedará bonito.
Quando eu melhorar, voltarei a treinar = Cuando me mejore, volveré a entrenar.

Exemplo com locução verbal:
* Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. = Cuando hayas terminado tu serie de ejercicios, yo caminaré 6 km.


Construção "sempre que + futuro do subjuntivo":

Ligue para mim, sempre que precisar desabafar = Llámame siempre que necesites desahogarte.
Reclamaremos sempre que tivermos a razão = Protestaremos siempre que tengamos la razón.
Sempre que estiver triste, pense em coisas boas = Siempre que estés triste, piensa en cosas buenas.
Visitaremos nossos pais sempre que pudermos = Visitaresmos a nuestros padres siempre que podamos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Língua portuguesa: poema de Olavo Bilac



Última flor do Lácio, inculta e bela,

És, a um tempo, esplendor e sepultura:

Ouro nativo, que na ganga impura

A bruta mina entre os cascalhos vela...



Amo-te assim, desconhecida e obscura.

Tuba de alto clangor, lira singela,

Que tens o trom e o silvo da procela,

E o arrolo da saudade e da ternura!



Amo o teu viço agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo!

Amo-te, ó rude e doloroso idioma,



em que da voz materna ouvi: "meu filho!",

E em que Camões chorou, no exílio amargo,

O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


Os versos acima foram extraídos do livro "Poesias", Livraria Francisco Alves - Rio de Janeiro, 1964, pág. 262.

Glossário

Ganga:resíduo inaproveitável de um minério.

Tuba:instrumento musical de sopro.

Clangor:som forte como o da trombeta.

Lira:instrumento musical de cordas.

Trom:som de trovão ou de canhão.

Procela:tempestade marítima.

Arrolo:canto para adormecer criança, arrulho.

Este poema popularizou a metáfora “Última flor do Lácio” e sua origem se deve ao fato de a língua portuguesa ter sido a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados da região italiana do Lácio.

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 – 1918) - foi um poeta brasileiro, parnasiano, jornalista, e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou cadeira 15, que tem Gonçalves Dias por patrono.

Frase do dia

“A política talvez seja a única profissão para a qual não se julga necessária uma preparação.” Robert Louis Stevenson

Infinitivo pessoal ou flexionado.

O português e o galego são as únicas línguas que possuem o infinitivo flexionado.

Infinitivo pessoal
Para eu ir
Para tu ires
Para ele ir
Para nós irmos
Para vós irdes
Para eles irem

Para saber quando devemos flexionar ou não o infinitivo, clique aqui.

Corriqueiramente essa transferência é feita ao espanhol por falantes nativos do português que tendem a flexionar em número e pessoa o infinitivo. Ao traduzirmos o infinitivo flexionado para o espanhol, devemos, na maioria das vezes, utilizar a conjunção que + presente do subjuntivo:

Para sermos felizes → Para que seamos felices.

O professor pediu para lermos o texto → El profesor nos pidió que leamos el texto.

Não é necessário pegarmos um ônibus para chegar ao centro → No hace falta que tomemos un autobús para llegar al centro.

É melhor você casar logo → Es mejor que te cases pronto.

Vera sugeriu sentarem na fileira da frente → Vera sugirió que se sienten en la fila de adelante.

Apesar de sermos vizinhos, não nos conhecemos → Aunque somos vecinos, no nos conocemos. (observe que aqui o "apesar de" foi traduzido como "aunque" e verbo ficou no presente do indicativo)

Falou para as crianças saírem da sala. → Dijo a los niños que salgan de la sala.

Discutiram uma forma de todos se protegerem. → Discutieron una forma de que todos se protejan.

Para os problemas serem resolvidos, precisamos de mais ação. → Para que se resuelvan los problemas, necesitamos más acción.

Apesar de sermos nativos, não temos sotaque. → Aunque somos nativos, no tenemos acento. (observe que aqui o "apesar de" foi traduzido como "aunque" e o verbo ficou no presente do indicativo)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Frase do dia

“Os livros são espelhos: neles só se vê o que possuímos dentro.” Carlos Ruiz Zafón

La Sombra del Viento - Carlos Ruiz Zafón

La Sombra del Viento es una novela contemporánea (2001) del escritor catalán Carlos Ruiz Zafón que se ha convertido en un best-seller mundial, con más de diez millones de ejemplares vendidos en 36 idiomas diferentes y que ha recibido varios premios.

Ambientada en Barcelona, la historia se teje en los años 40 a 60 después de la Guerra Civil y de la Segunda Guerra Mundial. Comienza en un amanecer de 1945, con la visita del joven Daniel Sempere, acompañado de su padre, a un sitio misterioso: El Cementerio de los Libros Olvidados, una biblioteca laberíntica y secreta que alberga libros olvidados a la espera de alguien que los descubra.

Allí, Daniel descubre un libro que cambiará la historia de su vida: "La Sombra del Viento", escrito por Julián Carax. Daniel se queda fascinado por el libro y decide investigar a respecto del misterioso autor y de su obra. El hecho de que alguien está quemando sistemáticamente todos los ejemplares escritos por Carax aumenta aún más la curiosidad de Daniel, que como un detective comienza a juntar las piezas que revelarán un intrigante abismo de soledad y sufrimiento.

A medida que la trama se desarrolla, Daniel va descubriéndose a sí mismo como protagonista de un drama que se repite. El libro dentro del libro y el diálogo con otras obras, como en el caso del Cementerio de los Libros Olvidados, que nos hace recordar la biblioteca borgiana en Laberinto, son algunos de los recursos narrativos utilizados por Zafón para componer la historia.

La mezcla de humor, intriga, terror, política y romance aliados a una prosa fluida y en algunos momentos, poética , consigue enganchar al lector, sin embargo, para entregarse de verdad a la lectura, uno debe superar el sabor inicial de ingenuidad y dejar de lado el prejuicio de que una obra que tiene gran éxito comercial no puede tener calidad.

Sin duda, está más allá de un simple entretenimiento y además es una excelente fuente de expresiones y vocabulario para los lusohablantes que trabajan con traducción o que se interesan por la lengua española.

Algunas de las expresiones presentes en el libro y su respectiva explicación o correspondiente en portugués.

Tener los cojones por corbata = sentir muito medo, encagaçar-se.

Ponerle el cascabel al gato = arriscar-se, fazer algo arriscado.

De Pascuas a Ramos = muito raramente, com pouca frequência.

Clavarle las banderillas a alguien = colocar alguém contra a parede, fazer uma pergunta difícil, intimidar.

Aquí hay tela = aqui tem assunto

Tonto de capirote= muito tonto. O capirote é um gorro cónico usado pelos pagadores de promessas nas procissões de Semana Santa. Em algumas caricaturas tem a palavra "burro" escrita nele.

Tener pluma= ser afeminado nos gestos ou no modo de falar.

Ser un vivo= ser cara de pau.

Tener la mano rota= ter experiência.

Ser de la acera de enfrente= ser homossexual.

Mala baba= mau-caráter, diz-se das pessoas que falam ou atuam com a intenção de magoar inclusive quando não obterão nenhum benefício.

Hacer la rosca= adular, elogiar com a ideia de obter algo em troca.

¿Estamos? = forma ameaçadora de perguntar a alguém se está de acordo.

Asunto de faldas= assunto de mulheres, de amores.

Me pierde la boca= busco problemas para mim por falar demais.

Capullito de alelí= capullo, em general é uma expressão irônica, significa tonto, ingênuo, mas “Capullito de alelí” pode denotar ternura como quando dizemos em português “minha flor”.

No dar un duro por alguien= supor que alguém vai fracassar, que não tem um futuro muito promissor.

No llevarse mucho con alguien= não se dar bem.

No soltar prenda= não dizer nem uma única palavra, não revelar um segredo mesmo sob pressão.

Genio y figura, hasta la sepultura = frase usada para referir-se a uma pessoa com um caráter forte não mudam nunca. É usado tanto para elogiar a determinação como para criticar a teimosia e fala-se normalmente truncada, “genio y figura…”.

Apuntarse a un bombardeo= estar sempre disposto a tudo com entusiasmo, até para o mais difícil.

Hecho un pincel= vestido com elegância e polimento.

Pelarse la clase = matar a aula.

Putón desorejado= na Idade Média, os presos que fugiam tinham as orelhas cortadas para serem marcados. Fazendo um paralelismo, assim eram chamadas as prostitutas que continuavam praticando o seu oficio após algum tipo de admoestação legal. Em algumas ocasiões fala-se “pendón” em lugar de “putón”.

Ponérsele a alguien los dientes largos= sentir inveja de algo ou alguém.

Tener cogido a alguien el número= conhecê-lo bem, saber de suas qualidades e defeitos.

Estar de miedo= diz-se de uma pessoa que tem um físico espetacular.

Poner la cornamenta a alguien= ser infiel ao parceiro(a) ou ficar com alguém comprometido.

Verse el plumero a alguien= adivinhar as intenções de alguém com facilidade.

No ser trigo limpio= ter algo para ocultar.

Otro gallo me cantaría= minha situação seria muito diferente.

Ser un calavera= ser um libertino.

Írsele a alguien el santo al cielo= dar branco, esquecer do que ia dizer.

Meterse en el sobre= ir dormir, enfiar-se na cama.

Ser más bueno que el pan = uma pessoa extremamente bondosa.

Llevarse a morir = ter um péssimo relacionamento.

El quid de la cuestión = o xis da questão (essência, ponto más importante, o porquê de uma coisa. “El quid”).

Sarna con gusto no pica = correr por gosto não cansa (uma coisa que deveria ser desagradável,mas por gostar dela não incomoda).

Buscarle pelos al huevo = buscar sarna para se coçar, procurar pelo em ovo, procurar chifre em cabeça de cavalo.

Hacer buenas migas con alguien = dar-se bem com alguém.

Ser harina de otro costal = ser um assunto completamente diferente ao outro do qual se trata. Não ser farinha do mesmo saco.

Tener duende para algo = Expressão do flamenco que significa ter talento para alguma coisa.

Traerle al pairo (le trae al pairo) = para referir-se a algo que não lhe interessa, que não faz diferença.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Emprego do hífen com BEM e MAL

Quando se deve empregar o hífen com BEM e MAL segundo o novo acordo ortográfico?

Primeiramente é necessário saber que "bem" e "mal" nem sempre formam uma unidade semântica com a palavra seguinte. Para que “bem” ou “mal” sejam unidos à palavra seguinte é necessário que estejam formando uma unidade semântica (unidade significativa), ou seja, um adjetivo ou substantivo composto.

Exemplo:

Esse edifício foi muito bem construído.

Nesse exemplo a palavra “bem” não forma uma unidade semântica com a palavra seguinte “construído”, ela está modificando o sentido da palavra “construído” (verbo/particípio), ou seja, “bem” tem a função de advérbio.

Veja a diferença nas frases abaixo:

Essa menina é bem-educada. (“bem-educada” está formando uma unidade semântica, um adjetivo composto que qualifica o sujeito “menina”, por isso, "bem" une-se à palavra seguinte, e o hífen se justifica porque segunda palavra começa com vogal).

Essa menina foi bem educada pelos pais. (não é uma unidade semântica, “bem” modifica o verbo/particípio, por isso tem a função sintática de advérbio de modo. Como ela foi educada? - bem).

Outro exemplo:

Essa loja vende produtos mal-acabados (está formando uma unidade semântica, um adjetivo composto, por isso, "mal" une-se à palavra seguinte, e o hífen se justifica porque a segunda palavra começa com vogal)

O produto foi mal acabado pelo artesão. (não é uma unidade semântica, “mal” modifica o verbo/particípio, por isso tem a função de advérbio de modo. Como foi acabado? – mal).

Percebeu a diferença?

Observe as regras para o uso ou não do hífen com BEM e MAL:

BEM

O prefixo “bem” sempre requer o hífen quando forma uma unidade semântica com a palavra seguinte:

bem-aventurado, bem-apessoado, bem-amado, bem-disposto, bem-dotado, bem-estar, bem-educado, bem-humorado, bem-nascido, bem-me-quer, bem-posto, bem-vestido, bem-vindo; bem-criado, bem-falante, bem-visto, bem-te-vi.

Em alguns casos ocorre aglutinação: "benfeito", "benquerer" e "benquerido" agora são grafadas sem hífen e com "n".

Outras palavras com "bem" que já eram grafadas sem hífen, e continuam sendo, são: benfazejo, benfeitor, benquerença, benquerente, benquisto.

Observação:A expressão interjetiva "Bem feito" escreve-se separada. Ex.: Bem feito! falei para você não mexer nisso.

E quando usamos "benfeito"?

Esse vestido foi bem feito pela costureira. (não está formando uma unidade semântica, trata-se de um advérbio modificando o verbo/particípio)

Vale a pena pagar mais caro em um vestido benfeito. (unidade semântica: adjetivo)

MAL

Usa-se o hífen quando forma uma unidade semântica com a palavra seguinte e esta começa por vogal, h ou l:

mal-acostumado, mal-afamado, mal-afortunado, mal-agradecido, mal-amado, mal-educado, mal-estar, mal-habituado, mal-humorado, mal-limpo.

Às demais letras, quando forma uma unidade semântica, "mal" une-se diretamente: malcolocado, malcriado, maldizente, malfeitor, malgrado, malnascido, malpago, malpesado, malmequer, malquerer, malquerença, malquerente, malquerido, malsoante, malvisto, malsinalizado, malsofrido, malsoante, malsucedido.

Quanto à grafia correta “malmequer” ou "mal me quer" na tradicional brincadeira de desfolhar a flor para ver se sua cara-metade está caidinha por você, veja a explicação:

Quando os apaixonados arrancam as pétalas da flor, não estão se referindo às espécies botânicas, na verdade o que eles estão dizendo é: "Ela/ele me quer bem", "Ela/ele me quer mal", por isso, na hora de escrever a respeito dessa brincadeira ecologicamente incorreta, diga-se de passagem, a grafia correta é sem o hífen

Da próxima vez que quiser saber se sua cara-metade está a fim ou não de você, pegue uma pinça e arranque os pelinhos das pernas, enquanto recita o "mantra" ...bem me quer... mal me quer... faça-o sem o hífen, assim você preserva a língua portuguesa, a natureza e suas pernocas ficarão lisinhas. Ah, não esqueça que "hífen" tem dois plurais "hífenes" e "hifens", sem acento:

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pérolas reflexivas

Antes de mais nada, vou explicar o nome “Pérolas Reflexivas” para desfazer qualquer mal-entendido (com hífen porque o segundo vocábulo começa com vogal), pois não se trata dessas pérolas reflexivas presentes em algumas linhas de cosméticos que prometem devolver o brilho aos cabelos maltratados (sem hífen porque o segundo vocábulo começa com consoante diferente de ‘h’ ou ‘l’).

No máximo, poderão realçar o brilho de seus neurônios…

O nome “Pérolas Reflexivas” que por si só já é uma pérola (metáfora), significa que as pérolas, que normalmente são objetos de cultivo, mas que neste caso são sujeitos; não sujeitos passivos que são cultivados, mas que cultivam a arte de contemplar os aspectos linguísticos mais transcendentes e improváveis do infinito do universo até as profundezas do oceano. Profundo, não?

Sim, com certeza o oceano é bem profundo…

Ah, sim, esqueci-me (no início de frase ou após a vírgula, usa-se próclise) de dizer que o motivo das iniciais maiúsculas de “Pérolas Reflexivas” é o de ser o título de uma publicação periódica que começa agora e vai até “sabe-se-lá-quando” (hífen devido à 'licença poética').

Para os profissionais que trabalham com a língua (não me entendam mal), é difícil livrar-se das reflexões a respeito da dita-cuja (com hífen e com função anafórica porque está retomando o termo 'língua'). E essas reflexões, tal qual uma dor de barriga, surgem de maneira inesperada e nas horas mais inapropriadas.

Falando de dor de barriga, lembre-se de que dor de barriga nunca se escreveu com hífen e de que diarreia perdeu o acento. Sim, o acento, e não o assento, o que seria extremamente inconveniente numa hora dessas…

E de que assento tem dígrafo: esses dois esses 'ss', opa! (interjeição) parônimos: esses como pronome demostrativo e esses como plural do nome da letra 's', e de que dígrafo tem encontro consonantal, e de que ter um encontro consonantal numa situação dessas é bem melhor do que ter um encontro casual

Frase do dia

“Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.” Denis Diderot

Análise contrastiva do uso das preposições espanhol/português


Uma interferência aparentemente “sutil”, mas de grande importância para o tradutor de espanhol: o uso das preposições na língua espanhola.


Normalmente o uso das preposições é relegado a segundo plano nas aulas de língua espanhola, principalmente quando a abordagem é comunicativa, pois esse tipo de abordagem prioriza a comunicação e não o domínio das normas. Devido a esse descaso, muitos tradutores sentem dificuldade na hora de traduzir preposições porque não tiveram uma formação sobre o assunto.


Preposição é uma palavra invariável que estabelece uma relação subordinativa entre dois ou mais termos da oração, agregando um matiz semântico ao sintagma que relaciona, portanto, o sentido da expressão depende do uso da preposição correta. Essa relação de dependência com a função de formar um significado é chamada regência. 

A seguir, a definição da palavra preposição em espanhol e as principais preposições segundo o Diccionario Panhispánico de Dudas da RAE (Real Academia Española):


preposición. Palabra invariable y átona (excepto según) cuya función consiste en introducir un sustantivo o un grupo nominal (llamado término de preposición) con el que forma un complemento que depende sintácticamente de otro elemento del enunciado. En el español actual son las siguientes: a, ante, bajo, con, contra, de, desde, durante, en, entre, hacia, hasta, mediante, para, por, según, sin, sobre, tras. También son preposiciones, de uso más restringido, pro (asociación PRO derechos humanos) y vía (Voló a Miami VÍA Londres).


Vejamos algumas construções que, em espanhol, exigem preposições diferentes das usadas em português:

Não fomos acampar por causa da chuva = No fuimos a acampar a causa de la lluvia
Panela de pressão = Olla a presión 
Trabalho somente à tarde = Solo trabajo por la tarde
Anseia pela vitória do Brasil = Ansía la victoria de Brasil
Ele se apaixonou pela vizinha = Él se enamoró de la vecina
Sua janela dá para a praça = Su ventana da hacia la plaza
Eu participei da apresentação = Yo participé en la ponencia
Iremos à praia de carro = Iremos a la playa en coche
Viajaremos amanhã de manhã = Viajaremos mañana por la mañana
Ele se parece muito com o pai = Él se parece mucho al padre
Ela é responsável pela biblioteca = Ella es responsable de la biblioteca
Alguns não levam a sério o emprego = Algunos no se toman en serio el empleo
Uma multidão confluiu ao local = Una multitud confluyó en el local
Os médicos o deram como morto = Los médicos lo dieron por muerto
Demorou para chegar ao colégio = Tardó en llegar al colegio
Esperei por você o dia todo = Te esperé el dia entero
Se ajoelhou perante ela = Se arrodilló ante ella
Saiu de cueca = Salió en calzoncillos
Foi à festa de chapéu = Se fue a la fiesta con sombrero
Não o fez de propósito = No lo hizo a propósito
Alegrou-se com a novidade = Se alegró con/por la novedad
Fiquei feliz em ver você = Me alegré de verte
Esperou a resposta por uma hora = Esperó la respuesta durante una hora
Foi morto por um tiro = Fue muerto de un disparo
Roupa feita sob medida = Ropa hecha a medida
Tratamento sob demanda = Tratamiento a demanda
Ficou sob a mira dos sequestradores = Se quedó bajo la mira de los secuestradores
Deve ter no máximo duas folhas = Debe tener como máximo dos hojas
Agora deu para estudar chinês = Ahora le ha dado por estudiar chino
Receberam os familiares de braços abertos = Recibiron a los familiares con los brazos abiertos
Está com cinco quilos a menos = Tiene cinco kilos de menos
Devemos cumprir nossas obrigações = Debemos cumplir con nuestras obligaciones
Comunicar de forma imediata = Comunicar en forma inmediata 
Essas medidas contribuem para a segurança = Esas medidas contribuyen a la seguridad